Alesy Soares Oliveira e Benigna Ingred Aurelia Bezerril

 

WATCHMEN: O USO DO QUADRINHO COMO RECURSO DIDÁTICO NO ENSINO DE HISTÓRIA

 

O presente trabalho tem como objetivo apresentar algumas potencialidades do uso de história em quadrinhos no ensino-aprendizagem de História. Para isso, apresentaremos algumas considerações sobre ensinar História em diálogo com o recurso didático selecionado, assim como iremos apresentar algumas possibilidades de assuntos que podem ser abordados a partir de Watchmen. Este trabalho foi pensado a partir da experiência na disciplina de Seminário da Linha de Pesquisa III do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Na mencionada disciplina, vêm sendo analisadas e discutidas as experiências históricas e artísticas na produção de Alan Moore.

 

Embaixo do capuz de Alan Moore

Alan Moore nasceu na Inglaterra em 1953. Ele iniciou sua carreira com histórias em quadrinhos no final dos anos 1970. Ele foi autor de obras como V de Vingança, Monstro do Pântano, A Liga Extraordinária, Watchmen, Neonomicon, Batman – A Piada Mortal dentre outras.

 

A narrativa da obra Watchmen se passa no ano de 1985. Os Estados Unidos se encontram enquanto uma nação totalitária e fechada, isolada do resto do mundo, como está referido em seu texto de apresentação.  Com o avanço das forças bélicas contidas nas figuras das armas nucleares, assim como também os super-heróis, o jogo político será recheado entre as superpotências mundiais. A HQ tem seu início com a visão de Rorschach, um outrora herói, que investiga a morte do seu colega de profissão, o Comediante. A partir disso, a narrativa caminha sobre as figuras das duas gerações de heróis mascarados que expressam suas angústias e abstrações com o pano de fundo da Guerra Fria e conflitos envolvendo seus lugares no mundo, que se mostra cru e inóspito pelas lentes de Alan Moore.

 

Watchmen é uma História em quadrinhos, muitas vezes considerada como novela gráfica numa pretensa tentativa de diferenciação, que em todos os casos, foi arrebatadora para sua geração e mais ainda para a linguagem dos quadrinhos. O seu texto aborda o país Estados Unidos, em situação de distopia, com caminhos diferentes acerca da Guerra Fria, arranjado em um mundo de super-heróis. Nesse ambiente, os heróis estão em decadência e seus papéis na sociedade são questionados. A presença de subtextos dialogando com temas do mais diversos é uma característica das obras de Alan Moore que consegue em uma página tratar sobre discussões entre política, metafísica ou mesmo esoterismo, com uso de linguagens auxiliares como contos, matérias de jornais ou romance, tudo isso infundido em uma narrativa densa e adulta com temas bastante caros à nossa sociedade atual e com um final apoteótico e clássico de nascença.

 

Resumir a obra de Watchmen é uma tarefa difícil, pois seria quase inevitável deixar de tratar pontos caros ao objetivo presente neste texto. Dessa forma, assumindo essa característica, a direção do olhar será pautada nas possibilidades de usos no ensino de História a partir das referências presentes na obra supracitada.

 

Mediante o trabalho com as obras de Moore, aprofundamos especialmente os estudos acerca de Watchmen, pois escolhemos tal obra para desenvolvermos um trabalho na disciplina. A partir das discussões sobre Watchmen durante as aulas, nasceu a ideia de pensar a presente proposta de ensino-aprendizagem em História. Aqui, podemos ressaltar a importância da aproximação dos conhecimentos produzidos na academia com o ensino básico. É pertinente pensar, ainda, na importância da experiência que tivemos com o Programa Residência Pedagógica nos anos de 2018 a 2020, quando ainda éramos graduandos em História. Hoje, incentivados pelo professor da já mencionada disciplina da pós-graduação e pela trajetória no Residência Pedagógica, damos ênfase no objetivo de cada vez mais colaborar com a aproximação desses espaços.

 

Os quadrinhos como recurso didático no ensino de História

Ao traçar a trajetória da aproximação das histórias em quadrinhos em sala de aula, Douglas Lima indica que para além de iniciativas voltadas para a linguagem dos quadrinhos do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), as quais não objetivamos adentrar no presente trabalho, mas que são de grande importância para a aproximação, “cabe lembrar outros fatores que também contribuíram para tal cenário. Primeiramente, a crescente presença dos quadrinhos no meio acadêmico” (LIMA, 2017, p. 152). Podemos afirmar a pertinência da colocação de Lima, pois, como já comentado, trabalhar história em quadrinhos no meio acadêmico nos deu impulso para pensar a presente proposta para a sala de aula do ensino básico e esperamos poder colocá-la em prática em breve ou colaborar para que outros colegas possam utilizar tal recurso didático.

 

Destacamos, também, a importância de pensar a faixa-etária do público o qual pode-se destinar o uso de tal obra. Pensamos na utilização de Watchmen em aulas do ensino médio ou na Educação para Jovens e Adultos (EJA).

 

Por que usar história em sala de aula? Como esse recurso didático pode contribuir com a construção de saberes históricos? Quais são as suas potencialidades? Primeiramente, é essencial pensarmos que ao elegermos um recurso didático, é imprescindível que o professor domine o conteúdo sobre o qual dará aula, pois:

 

 “Os recursos didáticos são apenas auxiliares no processo de ensino-aprendizagem [...] cabe salientar que os recursos em si não são eficientes ou ineficientes, pois para atribuirmos essas características aos recursos, depende da forma como eles serão utilizados pelo professor” (BRITO, 2003, p. 19).

 

Douglas Lima aponta que as histórias em quadrinhos possibilitam que os estudantes demonstrem maior motivação em relação aos conteúdos de determinada matéria escolar, ajudam no desenvolvimento do senso crítico e da leitura de texto e imagem, contribuem para o aumento ou criação de um hábito de leitura dentre outras potencialidades. No ensino de História, Lima indica que nas últimas décadas a utilização das histórias em quadrinhos tem se efetivado gradualmente. Para o autor, isso se deve, especialmente, devido à noção plural de fontes no meio historiográfico e pela abertura de utilização de novas linguagens no espaço escolar (LIMA, 2017).

 

Além das próprias HQs que são produzidas objetivando tratar de fatos históricos e exercer papel educativo, há a possibilidade trabalhar os quadrinhos produzidos para outros fins, mas que com o direcionamento e auxílio de outros materiais, até mesmo do livro didático, podem ganhar forma de recurso didático em sala de aula. Para isso, podemos lançar perguntas externas à narrativa da história em quadrinhos: quem a escreveu? Quando foi lançada? Podemos traçar o perfil de seu autor e levantar hipóteses das possíveis influências políticas e sociais e de como tais elementos podem emergir em personagens e enredos ficcionais das histórias em quadrinhos. É pertinente investigar e discutir com o estudante o contexto externo das histórias em quadrinhos, pois, como indica Keliene Silva as HQs são: “portadoras de discursos carregados de intencionalidades dos grupos onde são produzidos, assim como buscam canal de diálogo com o público que pretendem atingir” (SILVA, 2016, p. 148).

 

Acerca do fazer histórico e pedagógico em sala de aula, um dos desafios apontados por Maria Schmidt é o de realizar a transposição didática dos conteúdos e métodos históricos. A transposição didática do saber histórico, dentre outros aspectos, indica

 

"procedimentos para que se trabalhe a compreensão e a explicação histórica. [...] Destacam-se a problematização, o ensino e a construção de conceitos, a análise causal, o contexto temporal e o privilégio da exploração do documento histórico” (SCHMIDT, 2004, p. 59).

 

Considerando esses elementos da construção do saber histórico em sala de aula, ao abordar Watchmen é pertinente problematizar a obra. A problematização histórica pode ser dada pela pergunta mais simples lançada ao objeto de estudo como, por exemplo, “onde?”, “quando?”, “por que?”. Além disso, o contexto temporal indica pensar o momento no qual a obra em questão foi criada, considerando até mesmo o perfil do autor. Essas buscas podem ser auxiliadas com livro didático que tenha textos sobre o mundo após a Segunda Guerra Mundial, assim como o professor pode trazer texto de apoio e pedir pesquisas sobre determinados assuntos que possibilitem a apropriação da obra por parte dos estudantes, sua análise e possibilidade de responder às perguntas lançadas.

 

Coordenando essa discussão no ambiente escolar, Douglas Lima trata sobre a ampliação do uso dos quadrinhos em sala de aula. Ele faz um pequeno balanço do histórico que os quadrinhos enfrentaram com críticas e resistências desenvolvidas ao longo do século XX, no qual conseguiram resistir, afastando-se do ideário limitador que compreende essa linguagem como leitura exclusiva de crianças para serem entendidos como forma de entretenimento de diversos públicos. Quanto ao campo da educação, o movimento de aceitação e incorporação dos quadrinhos foi consolidado ao final do século XX ganhando mais força desde então (LIMA, 2017).

 

Lima, ao citar Vergueiro (2014), considera que na discussão em relação aos usos dos quadrinhos em sala de aula existem muitas práticas fortuitas que possibilitam uma boa condução da aula:

 

“As HQs aumentam a motivação dos estudantes para o conteúdo das aulas, aguçando a curiosidade e desafiando seu senso crítico; a interligação do texto com a imagem, presente nas HQs, amplia a compreensão de conceitos de uma forma que qualquer um dos códigos, isoladamente, teria dificuldades para atingir; as HQs versam sobre os mais diferentes temas, sendo facilmente aplicáveis em qualquer área, além de apresentarem uma linguagem mais assimilável; a inclusão dos quadrinhos na sala de aula possibilita ao estudante ampliar seu leque de meios de comunicação, incorporando a linguagem gráfica à linguagem oral e escrita, que normalmente utiliza; os quadrinhos auxiliam no desenvolvimento do hábito de leitura; os quadrinhos enriquecem o vocabulário dos estudantes; o caráter elíptico da linguagem dos quadrinhos obriga o leitor a pensar e imaginar, tornando as HQs especialmente úteis para exercícios de compreensão de leitura e como fontes para estimular os métodos de análise e síntese de mensagens; os quadrinhos têm caráter globalizador, trazem temáticas que têm condições de ser compreendidas sem necessidade de um conhecimento prévio específico ou da familiaridade com o tema; os quadrinhos podem ser utilizados em qualquer nível escolar e com qualquer tema” (apud LIMA, 2017, p. 152).

 

Vilela considera que as HQs podem ser usadas como documentos históricos no sentido de que elas são artefatos culturais. Sua característica funciona enquanto uma narrativa, mais predominantemente visual e, embora também se utilizem de textos:

 

 “Devido a supremacia do texto, que ainda persiste no meio acadêmico, e também no ensino de História na Educação Básica, ainda existe algum preconceito em relação a linguagem imagética parte de alguns historiadores e também certo receio por parte de professores de história, pois a formação da maioria deles ainda não contempla uma educação do olhar e enfatiza ainda a leitura de textos, sejam eles historiográficos, didáticos ou fontes escritas em geral” (VILELA, 2012, p. 33).

 

A obra Watchmen, com os devidos apoios didáticos, pode também possibilitar a construção de conceitos junto aos estudantes. A partir de análises considerando os elementos citados anteriormente, conceitos podem ser abordados em sala de aula com a devida participação do alunado na construção e na apropriação dos tais. Por fim, também apontamos a análise causal como elemento pertinente e possível ao trabalhar a obra de Alan Moore no ensino básico. Como aponta Schmidt:

 

“Sem perder de vista a complexidade dessa questão [da análise causal], é importante possibilitar aos alunos compreensão de que os acontecimentos históricos não podem ser explicados de maneira simplista. [...] Muito mais que as determinações causais, é importante levar o educando à compreensão das mudanças e permanências, das continuidades e descontinuidades” (SCHMIDT, 2004, p. 60).

 

Partindo da análise causal e da consideração de relações de mudanças e permanências e das continuidades e descontinuidades, ao eleger Watchmen como recurso didático no ensino de História, faz-se importante buscar a explicação de determinados contextos de forma plural, buscando compreender determinados fatos históricos a partir de causalidades encadeadas. Além disso, a obra possibilidade abordar contextos históricos sobre os quais rupturas e continuidades, por exemplo, podem ser colocadas em análise, como é o caso do papel feminino no século XX, considerando as ondas do movimento feminista, a influência do contexto pós-guerra dentre outros elementos. E é sobre este assunto que vamos nos deter brevemente a seguir.

 

Possibilidades Didáticas em Watchmen

Lançada entre os anos de 1986 e 1987, Watchmen se passa em uma realidade alternativa do nosso planeta. Segundo Ícaro Silva, a HQ foi criada em um contexto em que:

 

 “Os Estados Unidos vivem um dos momentos mais tensos e conturbados de sua história, decorrentes de uma política doméstica equivocada, nos tempos da Guerra Fria, com pouca atenção aos ditos ‘problemas de casa’ e muito foco na situação internacional” (SILVA, 2019, p. 31).

 

A realidade paralela da obra funde ficção e realidade, sendo sua narrativa desdobrada tendo como pano de fundo eventos históricos, assim como tendo personagens criados a partir de gatilhos históricos, “sendo assim, sob uma constante ameaça de guerra nuclear e toda desordem durante o período da Guerra Fria, diversas manifestações sociais protagonizadas por minorias ocorreram no mundo”. (SILVA, 2019, p. 31)

 

Mediante tal contexto, apontamos aqui a presença dos movimentos sociais como pano de fundo da obra. A exemplo disso, o movimento feminista pode ser elencado para pensar algumas narrativas criadas por Moore.

 

 


Fonte: MOORE, Alan. Watchmen. São Paulo: Editora Abril, 1999.

 

O que uma cena, um cartaz e um diálogo aparentemente despretensiosos em Watchmen podem nos contar? O período da Guerra Fria também foi perpassado por construções da imagem feminina. Nos Estados Unidos da América, a imagem da mulher dona de casa, do padrão de beleza e de comportamento feminino e a exploração de seus corpos era valorizado e difundido pelos mais diferentes meios de comunicação. Longe de ser o primeiro momento de reivindicação dos direitos das mulheres, o pós-guerra trouxe manifestações feministas que lutavam por direitos relacionados ao corpo, à sexualidade, à inserção no mercado de trabalho dentre outras pautas.

 

Nesse contexto do pós-guerra, que também é quando Watchmen é criada, surge a segunda onda dos movimentos feministas. Entre os anos de 1960 e 1980, dos movimentos feministas começaram a emergir novas reivindicações. Anteriormente, as demandas diziam respeito à desigualdade de direitos políticos dentre outras desigualdades sociais, a partir de então, passou-se a questionar o motivo pelo qual essas assimetrias de gênero ocorriam na sociedade. Com isso, como indica Melanie Marques e Kella Xavier:

 

 “Podemos perceber que o movimento feminista, na segunda onda, passa a abordar pautas relacionadas à opressão da mulher, a sexualidade, a construção cultural de gênero e dominação. O discurso agora estava focado nas relações de poder entre homens e mulheres, debatendo sobre questões de discriminação, desigualdades culturais e estruturas sexistas”. (MARQUES; XAVIER, 2018, p. 5)

 

Em relação a isso, o período de guerra era cheio de expectativas, sendo um país cujas imagens mentais formadas ao longo do fim da década de 1940 e início da década de 1950 eram exclusivamente masculinas, como aponta Ícaro Silva, pensando na ótica da masculinidade presente no período histórico referenciado em Watchmen:

 

“Aos homens, heróis no front europeu, todas as recompensas eram poucas. Linhas de crédito para compra de imóveis e para estudos em universidades, assim como a garantia de pleno emprego, pois os postos ocupados pelas mulheres na ausência bélica masculina voltaram a ter seus antigos donos, relegando às então independentes figuras femininas o retorno ao espaço doméstico. Era natural, portanto, que os jovens das gerações seguintes fossem educados para continuarem a ser a cidade sobre a colina que liderava o progresso do mundo” (SILVA, 2019, p. 24).

 

Com o crescimento dos movimentos civis ao fim da década de 1950 e início da década de 1960, um boom do grito de resistência dos marginalizados ecoa. Assim, os movimentos sociais que apareceram de fundo em Watchmen podem ser canalizados à prática de ensino pela sua característica de artefato cultural e entre outros efeitos positivos citados acima correspondentes ao uso de quadrinhos em sala de aula. Coben destaca sobre os movimentos:

 

“As características distintivas do Movimento emergem de uma preocupação central com a autenticidade pessoal e com o corolário da convicção de que as estruturas do poder social, o consenso ideológico liberal e o mecanismo cultural formavam múltiplos obstáculos à auto-realização e à comunidade. A busca da realização acentua variedades de desacordo e protesto - silenciosos e veementes, públicos e privados, não violentos e violentos, pessoais e culturais, reformistas e revolucionários” (COBEN, 1985, p.335 e 336).

 

Enquanto isso, as mulheres reagiram prontamente às novas oportunidades disponíveis para elas no mercado de trabalho e também passaram a atuar com mais voz na sociedade estadunidense, ocupando um espaço que antes não estavam familiarizadas, possibilitando um contraponto a realidade estabelecida na mesma no Brasil ou mesmo em tempos atuais.

 

Considerações Finais

Em Watchmen podemos considerar uma gama variada de temas, percorrendo em um sentido mais histórico tanto pelos temas dos movimentos sociais e de contracultura como a discussão dos papéis de gênero ou mesmo a temática da violência nos grandes centros. As histórias em quadrinhos podem ser uma importante ferramenta para o incentivo da leitura e também uma possibilidade didática para o professor de História fortalecer o pensamento histórico e para o desenvolvimento cognitivo dos estudantes. A partir da leitura das considerações que fizemos neste texto, esperamos poder ter contribuído para as discussões sobre o uso de histórias em quadrinhos em sala de aula, assim como a escolha por trazer Watchmen possa colaborar com o desenvolvimento de propostas com outras HQs enquanto recurso didático no ensino de História.

 

Referências

Alesy Soares Oliveira, graduado em História Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em História pela mesma universidade.

 

Benigna Ingred Aurelia Bezerril, graduada em História Licenciatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em História pela mesma universidade.

 

BRITO, Ana Lúcia Morais de. O ensino de história: outros recursos além do livro didático. 2003. Dissertação (Mestrado em História). Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2003.

 

COBEN, Stanley. O desenvolvimento da cultura norte-americana. Rio de Janeiro: Anima Produções Artísticas e Culturais, 1985.

 

LIMA, Douglas Mota Xavier de. História em quadrinhos e ensino de História. Revista História Hoje, [S.L.], v. 6, n. 11, p. 1-344, 16 maio, 2017.

 

MARQUES, Melanie Cavalcante; XAVIER, Kella Rivetria Lucena. A gênese do movimento feminista e sua trajetória no Brasil. In: VI Seminário CETROS Crise e Mundo do trabalho no Brasil: desafios para a classe trabalhadora. Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, 2018.

 

SCHMIDT, Maria Auxiliadora. A formação do professor de História e o cotidiano da sala de aula. In: BITTENCOURT, Circe (org.). O saber histórico na sala de aula. 9 ed. São Paulo: Contexto, 2004.

 

SILVA, Ícaro Andriêr Soares da. A construção da ideia de masculinidade como falha cultural na sociedade estadunidense em Watchmen. 2019. 50 f. TCC (Graduação) - Curso de Licenciatura Plena em Letras/Inglês, Linguagens e Ciências Humanas, Universidade Federal Rural do Semi-Árido, Caraúbas, 2019.

 

SILVA, Keliene Cristina da. História em quadrinhos e ensino de História: diálogos e abordagens. XVII Encontro Estadual de História – ANPUH-PB, 2016. e-ISSN: 2359-2796. Disponível em: <http:// www.ufpb.br/evento/index. php/xviieeh/xviieeh/paper/ view/3229>. Acesso em: 24 de abr. de 2021.

 

VILELA, Marcos Túlio Rodrigo. A utilização dos quadrinhos no ensino de história: avanços, desafios e limites. 2012. 322 f. Dissertação (Mestrado) - Mestrado em Educação, Universidade Metodista de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2012.

40 comentários:

  1. Estou maravilhada com o texto e o tema abordado, incrível como uma HQ pode se tornar uma fonte de conhecimento enorme, além de incentivar a leitura irá abordar muitas críticas a sociedade. Além da temática proposta no texto, com a mesma HQ do Watchmen poderia também ser trabalhado os assuntos como a luta contra estrupo (referência ao caso da Espectral e o Comediante) e a luta contra a homofobia (referência ao caso da morte da Silhouettte e sua namorada)?
    Karen Paola Castelo Branco Gomez

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    1. Obrigado pelo Comentário Karen Paola, acredito que os temas citados por você podem ser facilmente discutidos a partir da ótica apresentada em Watchmen. É preciso ter uma atenção prévia a faixa etária dos assuntos abordados e uma bibliografia que reforce os principais pontos dos temas, a fim de não cometer erros ou más interpretações das temáticas tratadas. Creio que Watchmen é um bom ponto de partida para a discussão sobre Violência contra as mulheres e homofobia, e apoiado com outras obras desse campo, o debate é fortuito e esclarecedor.

      Alesy Soares Oliveira

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    2. Realmente, proposta incrível!!
      Obrigada pela resposta!

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  2. Conforme citado no texto, “com o desenvolvimento de propostas com outras HQs enquanto recurso didático no ensino de História.” qual história em quadrinho seria ideal para o estudo introdutório a história, iniciado no ensino fundamental?
    Karen Paola Castelo Branco Gomez

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    1. Olá Karen, as possibilidades são diversas e podem variar com o tipo de público presente na sala de aula. Por exemplo, a turma da Mônica tem uma série de quadrinhos que podem enriquecer o conteúdo abordado em sala de aula, as novas sagas da Marvel que colocam novos heróis representativos a diversidade presente no mundo ou mesmo Mangás como do autor Osamu Tezuka que tinha grande afinidade com o Mauricio de Sousa possibilitando a partir daí, uma gama de temas possíveis, dada a variedade de abordagens desses autores. Lembrando que o Quadrinho deve ser usado como um recurso didático, ele por si só não irá cumprir com as demandas de construção do conhecimento. Tendo isso em mente, os caminhos são plurais e instigantes, trabalhar com essa linguagem de HQs é sempre uma experiência extraordinária.

      Alesy Soares Oliveira

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    2. Agradeço novamente pela resposta Alesy! Muito esclarecedora sua resposta!

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  3. Amei a temática, super interessante. E a discussão proposta sobre as classes abastadas da sociedade , ou seja da luta da muljer no período da guerra fria muito elucidativa.
    Então, questiona mais por curiosidade .Foi citado no artigo que participaram da residência pedagógica de 2018/2019 programa que fiz parte no mesmo ano(experiência incrivel). Queria saber como foi a experiência de aplicar história em quadrinhos da aula. Feedback dos alunos, da preceptor (a) de vocês sobre a abordagem.

    Att, Jacqueline Ferreira Dias

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    1. Obrigada pelo comentário, Jacqueline Dias. Que bom que gostou da temática e da discussão proposta! Fico feliz!

      Então, durante o Residência Pedagógica não cheguei a trabalhar histórias em quadrinhos com as turmas pelas quais passei enquanto residente. Espero em breve poder testar essa proposta com Watchmen e quem sabe elaborar um texto para compartilhar com os colegas de profissão, assim como Alesy Soares e eu fizemos com o presente texto.

      Mencionamos o Residência Pedagógica mais sobre como esse programa sempre ressaltava a importância de aproximar os conhecimentos produzidos na universidade com o ensino básico. Então junto a esse tempo de experiência enquanto residentes tendo esse objetivo de aproximação desses dois espaços, houve o trabalho com histórias em quadrinhos nas aulas da pós e a proposta do professor de pensarmos nas potencialidades das HQs para o ensino de História na educação básica. Acredito que abraçamos de primeira a ideia de produzir um texto pensando essas potencialidades justamente por essa aproximação de universidade e ensino básico ser algo que já vínhamos exercitando desde a licenciatura com o Residência Pedagógica especialmente.


      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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    2. Ah, entendo!
      Obrigada pela respostas. 🥰

      Att,
      Jacqueline Ferreira Dias

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  4. Alesy e Benigna, parabéns pelo texto e pela fonte. Sou leitora de HQs e tenho tentado inserir em aulas, concordo com vcs sobre o potencial do material e das articulações que podem fazer com o didático como apontam, mas ainda com outras fontes como filmes e literatura...Vcs escreveram sobre as questões de partida e o tema no caso Guerra (2º), pergunto se utilizam tb para pensar conceitos como tempo e espaço? A questão me interessa pq tenho feito tal exercício outra HQ (GN) "Aqui" do Richard McGuire, conhecem? Têm ideias de usos? Agradeço e obrigada pelo texto.

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    1. Ivaneide Ulisses, muito obrigada pelo comentário!

      Sobre a HQ "Aqui", infelizmente não conhecemos e não conseguiria pensar em usos para ela no momento. Mas gostei muito de você ter a citado, pois adicionei à lista para procurar e ver sobre. Realmente nunca tinha ouvido falar e gosto muito de ter contato com coisas novas.

      Sobre o tempo e espaço em Watchmen, primeiramente, seria fundamental a partir de aulas e até mesmo do uso do livro didático que tenha o assunto sobre o pós-Guerra, ambientar os alunos e alunas nesse mundo pós-Guerra, especialmente os Estados Unidos, tendo em vista que a HQ em questão se passa nesse contexto temporal e espacial e traz diversas relações sociais que têm muito a ver com temas e movimentos que surgiram nesse momento da história. Inclusive é uma proposta, além de entender o que se passava na história do Estados Unidos desse momento, também ressalto a importância de comentar sobre o contexto em que o Alan Moore escreveu que provavelmente foi influenciado por essas questões.

      Sobre o tempo, especialmente, penso que o uso da HQ tem a potencialidade de pensar rupturas e continuidades sobre a situação da mulher antes e depois da guerra, por exemplo. Sobre o espaço, pensar o espaço moderno e urbano o qual aloca a HQ também é uma possibilidade.

      Benigna Ingred Aurelia Bezerril.

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  5. Texto excelente!

    Trabalho com quadrinhos também, e adoro a história de Watchmen em particular. Uma das coisas que sempre menciono para os meus alunos do ensino médio, é a construção do corpo das mulheres nas histórias, onde aparentemente são vinculadas a uma hiper-sexualização. Na maioria das vezes, por falta de prática de leitura com quadrinhos, muitos acabam se aproximando muito mais da imagem dos filmes de heróis do que propriamente dos quadrinhos. Você acha que as adaptações cinematográficas de quadrinhos tendem a desconstruir a prática de leitura e reflexões sobre seu conteúdo histórico original e como você mediaria essa questão sem sala de aula?

    John Lennon Lima e Silva

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    1. Olá John Lennon, obrigado pelo comentário. A leitura no Brasil é uma questão complexa, pois envolve não só a forma que em os livros são vistos pela sociedade brasileira, mas também o acesso à leitura em casa, onde os alunos ficam a maior parte de seu tempo, além de outras séries de variáveis ainda não mensuradas. O livro vem ficando mais caro ao longo dos anos, e isso irá impactar significativamente no público que poderiam ser tornar novos leitores. O fato das adaptações cinematográficas introduzirem esses quadrinhos a um público maior, creio que seja algo positivo. Muitas das histórias contadas não teriam visibilidade sem um filme blockbuster, então o interesse naquele tipo de narrativa já estaria estabelecido. Uma forma de conduzir essa temática em sala seria apresentar as formas de linguagens que uma mesma história pode ter, ou mesmo para entender em que contexto uma obra é criada e como o tempo influencia no texto, seja escrito ou televisionado, assim podendo inserir a prática da leitura.

      Alesy Soares Oliveira

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  6. OLá

    Adorei o trabalho de vocês, sou meio suspeito por ser um admirador das obras de Moore. A Utilização de WATCHMAN como um recurso didático me parece genial, tanto para o Ensino Superior quanto para o Ensino Básico. Porém, algumas questões me surgiram e as deixarei aqui.

    1. Alan Moore é conhecido por sua exaltação a "Magia" e ao poder que as palavras são capazes de tecer. Por isso, haveria algo a mais nas entrelinhas dos trabalhos dele que poderia ser levado em consideração?

    2. Sobre WATCHMAN no Ensino Básico, mais especificamente no primeiro ano do Ensino Médio, vocês buscariam cortar alguns trechos (talvez inapropriados) ou não seria necessário?

    3. Em qual conteúdo programático do Ensino Médio poderíamos encaixar Watchman?


    Mais uma vez, parabéns pelo trabalho

    Abraços!

    José Ricardo Paulo de Lima

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    1. Olá José Ricardo, obrigado pelos comentários e questões.
      1- O místico está presente de forma indireta em Whatchmen, Alan Moore usa de seu esoterismo como ponte para questões mais gerais na obra citada. Podemos perceber isso no diálogo de algumas figuras apresentadas nas subtramas (quadrinhos referenciando Conan e história do gênero) e até em seres monstruosos que lembram criaturas saídas dos contos de Lovecraft. Nada disso é por caso. Com o passar das obras Moore vai refinando seu esoterismo, sendo mais presentes em obras como Providence e Neonomicon, no qual a influência da magia é mais aparente.
      2- A abordagem de Watchmen no ensino médio seria restrita alguns temas, alguns assuntos na obra necessitariam de mais obras auxiliares para que não houvesse confusão de temas ou mal-entendidos, o que muitas vezes não é possível por diversos fatores como o tempo, por exemplo. Creio que Watchmen seria perfeito em modalidades EJA em que os entraves restritos ao ensino básico são diminuídos.
      3- Watchmen aborda os contextos da Guerra do Vietnã, movimentos sociais, crises da sociedade liberal, Governos autoritários, Urbanização, êxodo rural e etc. Um Conteúdo programático mais observável seria o contexto de Guerra fria e os problemas a partir daí, mas devido a vastidão de assuntos, ele se encaixaria bem em muitas abordagens do século XX, podendo ser bem flexível quanto ao seu uso.

      Alesy Soares Oliveira

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  7. Estimad@s Alesy e Benigna. Nenhum método é bom quando usado por muito tempo. Neste sentido, pensar possibilidades alternativas, como a aqui apresentada por vocês, é fundamental. Meus parabéns!
    Atenciosamente, Rafael Fiedoruk Quinzani

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    1. Obrigado pelo comentário Rafael, ficamos agradecidos que tenha gostado do texto.

      Abraços
      Alesy Soares Oliveira

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  8. Olá, adorei as ideias apontadas por vocês para utilizar os quadrinhos em sala de aula. Recentemente defendi minha dissertação de mestrado no ProfHistoria- UFMT e também trabalhei com os quadrinhos, mais especificamente com HQs da Marvel nas quais apareciam a personagens femininas bastante conhecidas (Tempestade, Viuva-Negra e Miss Marvel).
    É interessante verificar como essas personagens apresentavam visões performativas das mulheres das décadas de 1960 e 1970 e como nossos alunos conseguem perceber alguns elementos dessas caracterizações.
    Vocês conseguiram observar possibilidades de análises a respeito da interseccionalidade de gênero e raça nos quadrinhos do Watchmen?
    Atenciosamente Núbia Prado de Carvalho

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    1. Olá, Núbia de Carvalho. Muito obrigada pelo comentário!


      Adorei o tema da sua dissertação, ela está disponível para acesso? Tenho interesse!


      Então, essa performances de gênero também são abundantes em Watchmen, tanto da parte feminina quanto masculina e podem ser bastante problematizadas dentro mesmo da sala de aula do ensino básico, mediante a discussão das ideias e movimentos que surgiram ou ressurgiram na segunda metade do século XX.

      Acredito que considerando a interseccionalidade, não conseguiria agora apontar algum personagem, por exemplo, que trouxesse essa dimensão identitária.


      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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  9. Olá, adorei as ideias apontadas por vocês para utilizar os quadrinhos em sala de aula. Recentemente defendi minha dissertação de mestrado no ProfHistoria- UFMT e também trabalhei com os quadrinhos, mais especificamente com HQs da Marvel nas quais apareciam a personagens femininas bastante conhecidas (Tempestade, Viuva-Negra e Miss Marvel).
    É interessante verificar como essas personagens apresentavam visões performativas das mulheres das décadas de 1960 e 1970 e como nossos alunos conseguem perceber alguns elementos dessas caracterizações.
    Vocês conseguiram observar possibilidades de análises a respeito da interseccionalidade de gênero e raça nos quadrinhos do Watchmen?
    Atenciosamente Núbia Prado de Carvalho

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  10. Excelente texto, como um grande amante de quadrinhos e outras mídias de entretenimento sempre planejei utilizar essas obras como material de apoio em sala de aula. Temos HQs dos mais diversos temas e é incrível como podemos abordar os mais diversos assuntos, desde questões políticas até às sociais. Como já é de conhecimento da maioria da população brasileira, o ensino no Brasil ainda é muito conservador, muitas vezes deixando o professor refém do conteúdo do livro didático, principalmente quando levamos isso para escolas particulares. É óbvio que os alunos vão adorar a idéia de trabalhar com quadrinhos, mas e os diretores/pedagogos e donos de escolas? Na sua opinião esses empecilhos de certa forma atrapalham na liberdade do professor de querer se desligar dos livros didáticos?

    Eduardo Augusto Barreto de Queiroz

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Muito obrigada pelo comentário, Eduardo Queiroz!

      Realmente, as HQs são recursos didático excelentes.

      De fato, o ensino no Brasil tem características bastante conservadores, especialmente se tratando das escola particulares.

      Tenho experiência de alguns anos atuando em escola particular, essa exigência de "bater o livro de capa a capa" ocorre, especialmente porque os próprios pais cobram isso da escola. Então, mesmo que a escola tenha projetos e uma proposta de ensino mais dinâmica etc., passa por todo o livro didático é uma exigência. Então, eu costumo usar o livro didático como ferramenta na hora de utilizar recursos como HQs, filmes etc. Gosto bastante desses dois recursos especialmente e então, observo o assunto já proposto pelo livro e procuro pensar em recursos que poderiam ser utilizados para tal conteúdo.

      Na escola em que dou aula, nunca tive problemas quanto a estes usos. Tanto diretor, coordenadores quanto os pais dos alunos e alunas nunca reclamaram. Todavia, o livro didático e seu conteúdo é usado.

      Se a escola for fechada quanto a esses usos, realmente não há o que fazer. Porém, se o problema for não deixar de lado o conteúdo do livro ou as atividades presentes em tal material, acredito que pensar bem um cronograma e encaixar os recursos nesses conteúdos pré-existentes é possível sim.




      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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  11. Estimados Alesy e Benigna,

    Boa tarde. Parabéns pelo texto.

    Diante do apresentado e considerando o trecho do quadrinho apresentado, não seria interessante contrapor essa tomada de posição da taxista (me esqueci o nome dela) e a representação das Espectrais?

    Se me permite uma sugestão, eu e o Prof. Carlos Eduardo da Costa Campos publicamos um texto sobre Watchmen e o Ensino de História. Ele está disponível no academia.edu, se interessar.

    Cordialmente,
    Prof. Dr. Luis Filipe Bantim de Assumpção

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    1. Olá, Luis Felipe! Muito obrigada pelo comentário e pela indicação!

      Por gentileza, qual é o título do trabalho?

      Gostaria de ter conhecido antes da escrita do presente artigo, acho que iria enriquecer bastante o nosso texto.


      Quanto ao contraponto, ele poderia realmente ter sido feito, concordo totalmente com essa possibilidade. Inclusive, durante a disciplina da pós na qual debatemos as obras de Alan Moore, ficamos responsáveis por apresentar discussões sobre a obra Watchmen. Nisto, as Espectrais foram personagens que abordamos sob a perspectiva das questões de gênero. Por conta do tamanho do artigo (3000 palavras) optamos por temas mais gerais, e essa comparação acabou não nos ocorrendo, embora seja totalmente possível de ser usado no texto e em sala de aula. Whatcmen é um texto muito rico em possibilidades e leituras, o que torna toda nova leitura diferente e instigante.

      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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    2. Olá Benigna,
      Obrigado pela resposta. O nome da obra é História em Quadrinhos em perspectiva para o Ensino de História. Ele foi organizado por mim, o Prof. Carlos Eduardo da Costa Campos e o Prof. José Maria Gomes de Souza Neto.
      O nome do artigo é Watchmen, contracultura e o ensino de História, e está disponível no meu academia.edu
      Se quiser conversar sobre, o meu e-mail é lbantim@yahoo.com.br
      Parabéns pelo trabalho.
      Cordialmente,
      Prof. Luis Filipe Bantim de Assumpção

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    3. Muito obrigada!

      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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  12. Olá Alesy, tudo bem?

    Primeiro, parabéns pelo texto, não apenas pela relevância do tema, mas pela forma como ele você fez a abordagem! Excelente!
    Confesso que estou descobrindo as HQ's e ensaiando algumas tentativas do uso em sala de aula.
    Contudo, estou pensando em usar para tratar de temas nacionais, estou tentando montar alguma estratégia para usar as hq's Angola Janga e Encruzilhadas, do Marcelo D'Salete, você conhece? Você entende que podemos seguir a mesma estratégia que a que você sugeriu aqui para o Watchmen? Acho interessante essa interlocução já que, embora sejam as mesmas fontes, são de temáticas diferentes.
    Também fiquei pensando na possibilidade dos alunos de estágio montarem oficinas com os alunos para construir "HQ's.
    Enfim, são algumas ideias que estou tendo, se você puder me ajudar, fico agradecido!
    Att,

    David Antonio de Castro Netto.
    UNESPAR - Paranavaí - PR

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    1. Olá David, obrigado pelo seus comentários, ficamos agradecidos. O uso de quadrinhos em sala de aula como recurso pode ser muito frutífero. As suas Indicações são incríveis, acho que seriam de grande proveito em um análise de temas nacionais com o aporte dos quadrinhos, um excelente recurso didático. Entendo que o trabalho com as HQ’s, ou mesmo a construção de história em quadrinhos na sala de aula deve sempre ter como eixo central um objetivo que cumpra as demandas da disciplina ou disciplinas, no caso de um contexto de interdisciplinaridade. Com isso em mente creio que as aulas serão muito fortuitas.

      Alesy Soares Oliveira

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  13. Achei o texto maravilhoso e concordo com esse viés do ensino que busca trazer outros materiais além dos tradicionais para a sala de aula. Tenho duas perguntas sobre o assunto, a primeira é quais caminhos podemos tomar para levar essas novas propostas à escolas que tem uma tendência mais conservadoras e tradicionais? E a segunda é, quais os possíveis diálogos sobre essa temática com a história publica?

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    1. Olá Ana, grato por sua leitura. Acredito que existem maneiras de introduzir um assunto amparados pela direção da escola com um diálogo prévio, o que eu não recomendo é apresentar temáticas, como a da posposta, sem tipificar a faixa etária dos alunos e os limites da turma/escola, ou seja, algumas vezes você não vai ter espaço e isso é uma triste realidade. Uma estratégia seria usar um recorte dos quadrinhos de Watchmen ou mesmo outra HQ que satisfaça suas demandas. Sobre os diálogos com a História Pública, eu em particular conheci o campo recentemente e fui fisgado de primeira, a ideia de ocupar esses espaços que muitas vezes não são galgados por profissionais da História é crucial para a manutenção da História enquanto disciplina acadêmica, então caso eu cometa algum equívoco de interpretação, peço desculpa de antemão. A divulgação cientifica histórica ainda tem muito a caminhar, também reconheço que os professores da rede básica são os mais atentos nesses estudos, a Academia ainda peca nesse sentido. Em relação ao Watchmen (ou mesmo Alan Moore) o diálogo com a História Pública se daria no seu estudo de fontes e alusões a momentos históricos que serviriam de ponte para comparações com os eventos reais. Porém não consigo estabelecer nada mais além disso, pois acredito que esse campo se apresenta na forma de disputa, então acredito que os historiadores e professores de História possuem domínio sobre as especificidades da História e do método histórico e são esses que deveriam encabeçar tal movimento.

      Alesy Soares Oliveira

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  14. Olá Alesy e Benigna!
    Adorei o texto de vocês, parabéns! Sou fã dos quadrinhos e de todas as possibilidades de aprendizagem que eles trazem para o ensino de história em diferentes temas. Muito boas as reflexões feitas no trabalho de vocês, foi uma leitura muito proveitosa.

    Grata,
    Mirielen Machado Rodrigues

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    1. Olá, Mirielen Rodrigues. Obrigada pelo seu comentário!

      De fato, as HQs têm muitas possibilidades de práticas do ensino de História. Espero que cada vez mais seja possível levar propostas como essa para debate com os colegas de profissão (como estamos fazendo aqui) e para a sala de aula.

      Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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  15. Parabéns pelo texto...
    A minha questão é a seguinte, infelizmente ainda temos escolas que não têm acesso às TDICs, é certo dizer que os HQs seriam uma ótima forma de implantação no ensino desses alunos por serem mais viáveis, trazendo vários benefícios, enquanto as TDICs não são implantadas ?
    " At. te "
    Taís Trindade Avelino.

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    1. Olá Taís, obrigado pela leitura. Acredito que os quadrinhos são um recurso didático com especificidades bem interessantes de serem aplicados em contraponto as TDICs. Os objetivos e demandas devem ser mudados caso esteja pensando as HQs como substituta direta das TDICs, pois elas cumprem um tipo especifico de intenção do processo de ensino aprendizagem, sendo até mais plurais que os quadrinhos. Tendo em mente o que você quer desenvolver ficar bem mais fácil adotar uma ferramenta x ou y. Devemos ficar sempre atentos sobre as características de nossas ferramentas em sala de aula, muitas vezes não temos nem o básico, então conhecer bem a sua ferramenta é essencial também. Espero ter ajudado.

      Alesy Soares Oliveira

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  16. Saudações Alesy e Ingred, mentalmente estou aplaudindo em pé aqui, ovacionando ele do início ao fim, pois posso resumí-lo, pelo menos para mim, como genial e maravilhoso. Sou apaixonado pela trama de Watchmen desde que descobri o filme em meados do ensino médio, já tendo assistido e reassistido várias vezes, e depois da última ano passado ou retrasado acredito eu, finalmente consegui adquirir a HQ física.

    Bom, no último mês concluí a graduação em História pela UEM (Maringá-Paraná) e basicamente junto a minha iniciação científica, versada nas relações entre História e as HQs e as potencialidades de seu uso em sala de aula, por meio da análise da série de quadrinhos Injustice da DC, e nos elementos presentes nela como uma possível analogia aos regimes totalitários, mais especificamente, os fascismos.

    Então, durante a pesquisa tive contato com o trabalho de alguns desses incríveis autores referenciados por vocês como os do Douglas Lima, Tulio Vilela e Waldomiro Vergueiro. E também uma dissertação que me fora bastante interessannte versada nas relações entre as HQs de Watchmen (A. Moore) e O Cavaleiro das Trevas (F. Miller) para como o contexto da Guerra Fria, discutindo uma grande gama de diferentes aspectos nelas. Caso se interessem, a dissertação é de Carlos André Krakhecke (PUC-RS) intitulada: "REPRESENTAÇÕES DA GUERRA FRIA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS BATMAN – O CAVALEIRO DAS TREVAS E WATCHMEN (1979-1987)". Entretanto um aspecto bastante interessante que vocês apresentaram e que justamente norteou a escrita de vosso texto, a respeito das representações da luta feminista e da atuação feminina ao longo do século XX, não tem espaço na dissertação acima citada ao menos pelo que me recordo; Logo queria parabenizá-los mais uma vez por tal mérito. Se no começo do presente comentário eu havia adjetivado o texto de vocês como genial e maravilhoso, sem dúvidas posso acrescentar surpreendeu, realmente o enfoque que vocês apresentaram me deixou bastante surpreso, admirado e até extasiado!!

    Bom, é isso aí parabéns mesmo pelo magnífico trabalho e a minha questão vai no seguinte sentido, ou melhor sentidos, pois se divide em dois, Pensando no momento da execução da presente proposta de aula mais na prática:

    I. Watchmen é sem dúvidas, um prato cheio de conteúdos e de possibilidade de emprego na aula de História. Isso já é basicamente inegável acredito. Logo, qual estratégia vocês adotariam. A concentração em um único recorte, como o principal aqui apresentado, a ser bem explorado e destrinchado com a turma, juntamente a outras tipologias de fontes e textos historiográficos, para a formulação de conceitos históricos pelos alunos ao longo de uma ou duas aulas, ou prefereriam abordar tal recorte juntamente a outros variados aspectos que tomam forma na narrativa, como as várias nuances referentes à Guerra Fria, a retomada do liberalismo e o contexto subscequente de incremento da miséria e a asseveração das desigualdades sociais, militarimo e campanha armamentista vs movimento pacifista dentre vários outros, pois como já disse e é claro a HQ é um prato cheio de possibilidades; assim tendo que se despender de um pouco mais de tempo, quem sabe 3 ou 4 aulas, e tratando os assuntos com profundidade é claro, mas obviamente não tanta quanto a da primeira alternativa, visto que o tempo infelizmente não permitiria?

    II. Como vocês pensam em aplicar tal proposta? Uma aula-oficina, talvez? Com os alunos trabalhando individual ou coletivamente? Como os alunos teriam contato com a narrativa, seriam projetados os excertos selecionados ou ainda impressos e distribuídos ao alunos na ausência do equipamento necessário pra a projeção? E por fim pensando numa forma de avaliação dos estudantes em cima de tal proposta, como vocês a realizariam?

    Por favor, perdoem-me o textão, mas é que realmente fiquei bastante empolgado com sua proposta tanto pela identificação com a fonte como pelo caráter inovador que vocês revestiram ela pra mim. É isso... PARABÉNS MEUS CAROS!!!!!

    Um forte abraço mental Benigna e Alesy, atenciosamente...
    João Matheus Ramos

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    1. Olá João Matheus, ficamos lisonjeados com suas palavras, esperamos corresponder em com suas dúvidas da mesma maneira.

      A resposta principal da primeira questão seria: Depende. Pois existem uma série de variáveis que estão contidas em uma sala de aula, características como faixa etária, ritmo de leitura, perfil da turma e entre outras inúmeras. Dito isso, particularmente (Alesy) prefiro estabelecer um eixo temático para turmas mais velhas, dessa forma eu posso reforçar um assunto que esteja mais deficitário para os alunos, antes deles saírem para o mercado de trabalho, assim temas como economia, direitos humanos e estruturação do capitalismo seriam ao menos conhecidos de forma superficial, cumprindo as habilidades e competências que foram estabelecidas no decorrer das aulas. Caso seja uma turma mais nova, creio que seja interessante estabelecer as noções de tempo históricos, e então seguir por temas em sequência cronológica apontando as diferenças de temporalidades e como a história entende essas temporalidades. Como pode perceber a percepção de como usar a ferramenta ou mesmo a forma de abordagem de um assunto sempre partem das necessidades dos alunos, esse mantra esclarece bem as dúvidas de nós professores na hora de elaborar um plano de aula ou projeto. Resumindo, caso a sua turma seja aparentada com o assunto, pode se dar ao luxo de ter menos aulas para explicar conceitos por um eixo temático, caso não, eu daria preferência a ter mais aulas com mais calma e menos textos que não fossem do livro didático. No caso, dependendo da turma, seria possível usar trechos de historiadores etc. que debatam determinado tema, em outros casos, a explicação ficaria por conta do professor e de possíveis textos do livro didático.

      Sobre sua segunda pergunta, acredito que uma aula-oficina seria ótimo. Após trabalhar alguns conceitos e contextos com a turma em aulas prévias, de acordo com a demanda da turma que seria aplicada a proposta, acredito que o modelo de colocar a turma para analisar seria pertinente. Junto aos quadrinhos, poderia ter alguns textos de apoio, fragmentos de textos tratando, por exemplo, do movimento feminista pós-Guerra, para ver se a turma percebia esses nexos entre a história e determinada passagem da HQ.

      Sobre como apresentar o material para a turma, poderia ser os trechos impressos ou projetados também. Projetado poderia trabalhar com duas possibilidades: 1) examinar a passagem da HQ com toda a turma e ir percebendo o que os alunos e alunas conseguiriam captar. 2) Projetar um trecho e pedir para os alunos(as) individualmente ou divididos em grupo fazerem uma análise. Essa análise poderia ser com textos de base do livro didático e/ou um outro que poderia ser levado pelo professor. A turma faria o registro escrito do que tinha percebido e então cada grupo ou aluno(a) iria apresentar sua análise. Por fim, o professor iria comentar e explicar determinados pontos tanto do trecho em si quanto das análises feitas. Seria interessante para ver em que medida as respostas de cada grupo ou aluno(a) apresentariam semelhanças e diferenças.

      Acredito que a avaliação poderia ser inicialmente oral e poderia haver uma ficha para responder, pedindo algumas análises ou até mesmo questões de comparação entre o trecho da HQ e um texto de história. Uma possibilidade também seria trabalhar de forma interdisciplinar com Língua Portuguesa e pensar na elaboração de redações com a análise da turma. Acredito que isso iria variar de acordo com a turma em que a proposta seria aplicada.

      Esperamos ter conseguido responder suas questões e mais uma vez expressamos a gratidão pelo comentário. Ficamos muito felizes!

      Abraços
      Alesy Soares Oliveira e Benigna Ingred Aurelia Bezerril

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  17. Olá, é uma satisfação poder saudar os autores, um texto muito bacana e também provocativo. Falo provocativo porque a obra me instigou a imaginar a interdisciplinaridade que pode alcançar um quadrinho. No cenário do ensino fundamental, os autores julgam viável uma parceria com a disciplina de Artes, bem como a releitura de quadrinhos seculares atribuindo-lhes caráter histórico? Fica aqui minha pergunta e também provocação.
    Fabiano dos Santos de Camargo

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    1. Olá Fabiano, muito obrigado pela leitura. A disciplina que motivou o artigo é uma junção do trabalho de um professor de História e outro professor das Artes visuais, então a parceria não só é possível, como já ocorre em certa medida nos ambientes escolares. Essas junções são muito frutíferas e ajudam bastante no desenvolvimento de projetos, discussões e no ensino aprendizagem dos alunos. Partindo do pressuposto que tudo possui uma carga histórica, mesmo aquele quadrinho que não pensa historicamente seu produto, pode muito bem tratar sobre as principais demandas de determinado grupo em determinada época, sendo assim isso pode ser até uma alternativa do professor para trazer fontes que sejam mais próximas dos alunos, e em seguida, fazê-los perceber a história contida naquelas páginas.

      Alesy Soares Oliveira

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