Camila dos Santos da Costa e João Pedro da Silveira Guimarães

 

O AUDIOVISUAL NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA ANÁLISE SOBRE NOVAS PERSPECTIVAS PEDAGÓGICAS


Introdução

O homem, como um ser racional, desenvolveu inúmeras tecnologias para se integrar ao seu hábitat e transformar a natureza e o meio em que vive (ARAUJO et. al., 2017, p. 921-922). Por milênios, instrumentos tecnológicos possibilitaram a comunicação, o agrupamento e a sedentarização destes seres humanos e, consequentemente, as diferentes mudanças em seu modo de viver e de se reproduzir. No contexto vigente, as conhecidas TICs - tecnologias da informação e da comunicação - fazem parte do cotidiano das pessoas no que tange à realização de múltiplas tarefas importantes, por exemplo, no trabalho, no lazer e no entretenimento. Uma criança hoje já nasce um nativo digital, vivendo em um mundo de rápidas e repentinas transformações tecnológicas. Por isso, o perfil do aluno no mundo contemporâneo passa a ser inteiramente distinto em relação aos anos anteriores, sendo necessário, para os profissionais da educação, pensar em novas práticas pedagógicas e novas maneiras de ensinar. Contemplando a imprescindibilidade do debate, as TICs podem ser excelentes aliadas neste processo de inovação, já que os estudantes convivem com elas naturalmente em seu dia a dia para variados fins. Neste artigo, contemplamos o uso do audiovisual no ambiente da sala de aula, focando, sobretudo, em sua utilização no ensino de História. Por fim, trouxemos reflexões sobre as suas aplicabilidades e seus benefícios para o ensino, além, obviamente, de comentarmos alguns entraves que podem surgir neste transcurso.

 

A tecnologia e a educação como mecanismos de transformação social

Em todos os períodos históricos, o ser humano produziu tecnologia a partir de sua capacidade de racionalização e adaptabilidade ao meio em que vive. Deste modo, com o intuito de facilitar o cotidiano de sua espécie, de suprir as suas necessidades e de proporcionar condições oportunas de permanência neste planeta, o homem desenvolveu diferentes recursos tecnológicos de base concreta, como obras arquitetônicas, ou imaterial, a exemplo da linguagem (ARAUJO et. al., 2017, p. 921-922). Para isso, o controle da natureza foi essencial, visto que permitiu aos indivíduos uma usabilidade de seus recursos para confeccionar simples objetos defensivos ou ornamentais até meios de transporte e tecnologias da comunicação (ARAUJO et. al., 2017, p. 922). Ao passar do tempo, fabricaram-se constituintes imprescindíveis à realidade contemporânea, sem os quais não haveria toda a comodidade e conforto presentes nos âmbitos públicos e privados dos centros urbanos e rurais. Em outras palavras, na ausência de toda a tecnologia produzida e descoberta em tempos passados, falando-se das mais triviais às mais complexas, a vida humana seria completamente diferente, sendo, possível, inclusive, que já tivesse findado. Apesar de todos os benefícios, os recursos tecnológicos são multifacetados e ambivalentes, em virtude da sua utilização tanto para a melhoria da qualidade da vida humana quanto para a destruição em massa de grupos ou territórios. Isto posto, esses componentes perpassam por diversas áreas da presencialidade humana, incorporando-se às funcionalidades concernentes ao bem-comum, ao enriquecimento e à manipulação da realidade e das perspectivas de poder (ARAUJO et. al., 2017, p. 923-924). Como demonstra os pesquisadores Araujo et. al. (2017, p. 924), a tecnologia pode ser também um recurso de poder, pois os entes que controlam esses meios conseguem dominar os seus semelhantes e prosperar econômica e politicamente.

 

Após todo o debate sobre as dimensões da tecnologia no âmbito social, é perceptível a sua importância como uma ferramenta para suprir as necessidades do próprio ser humano e de sua coletividade. Nesta perspectiva, os autores Sandra Aparecida Batista e Carlos Cesar G. Freitas (2018, p. 123) propõem um novo olhar acerca dos recursos tecnológicos, estabelecendo-os como facilitadores na redução das desigualdades sociais e na transformação do ser humano. Essa faceta da tecnologia interliga-se claramente ao princípio da educação como um direito “inalienável de todo cidadão, com a finalidade de promover o exercício da cidadania” (BATISTA; FREITAS, 2018, p. 123). Em contrapartida, a educação também pode ser um mecanismo antitético dependendo do contexto em que se insere, dado a sua oportunidade de construção discursiva voltada a dois vieses distintos: a manutenção do status quo ou a promoção de uma transformação social autêntica e significativa (BATISTA; FREITAS, 2018, p. 124). Portanto, deve-se ter em mente a necessidade de se refletir a inserção dos mecanismos tecnológicos na escola, compreendendo a participação de todos, professores, alunos, pais, comunidade e equipe escolar, inclusive na promoção de reuniões para debates sobre a usabilidade destes recursos nas salas de aula e em outros espaços da instituição, fazendo valer a dimensão democrática do contexto educacional público. Nesta perspectiva, a educação e a tecnologia precisam ser vistas como atos políticos, já que “envolvem escolhas, posicionamentos, visões de mundo e compromissos éticos” (BATISTA; FREITAS, 2018, p. 124-125), mas também como aparatos alinhados na construção de um mundo mais acolhedor e justo para as futuras gerações.

 

Com a entrada das tecnologias da informação e da comunicação - TIC’s - no contexto educacional, o processo pedagógico e o planejamento escolar precisam ser repensados em conjunto, inclusive no entendimento de que as tradicionais práticas de ensino não podem ser simplesmente excluídas do espaço da sala de aula e nem se antagonizar às novas tecnologias, mas é crucial que se proponha um diálogo entre esses dois paralelos, que não precisam ser descoincidentes (BATISTA; FREITAS, 2018, p. 126). Portanto, coadunar a educação e as TIC’s não deve ser somente sobre discutir se o aluno pode ou não utilizar o celular em um espaço acadêmico, assim sendo, compreender que o perfil atual do alunado está se modificando e que novas técnicas de ensino são necessárias é o primeiro passo para uma educação mais democrática e inclusiva. Pensando por outra perspectiva, a internet possibilita um amplo acesso a informações de diferentes matizes teóricas e conceituais, sendo o homem contemporâneo mergulhado em uma corrente de discursos esparsos e desconexos, o que contribui para algumas peripécias conhecidas hoje em dia, por exemplo, a confusão teórica sobre determinados temas, as fake-news e os vazios metodológicos em relação à pesquisa e à leitura. Desta forma, a escola seria um espaço frutífero para a impulsão de um diálogo consciente sobre o conhecimento e suas estruturas constituintes, além de possibilitar um estudo mais amplo sobre o manejo da informação e sobre as nuances do discurso empreendidas em amplos canais de comunicação.

 

Ensino de história

Em sua obra História e Ensino de História (2003, p.7), a pesquisadora Thais Nivia de Lima e Fonseca aponta que muito se espera do historiador no que tange ao conhecimento sobre as fontes, a historiografia e os métodos da História; e do professor, na ciência dos conteúdos, das propostas pedagógicas e da didática. Porém, o que, na maioria das vezes, o professor de História deixa de se atentar, até mesmo por sua formação, é que pode apontar caminhos possíveis para compor o ensino de História. Com isso, “pensar o Ensino de História na sua historicidade significa buscar, se não soluções definitivas, ao menos uma compreensão mais clara sobre o que significa, hoje, ensinar História nas escolas” (FONSECA, 2003, p.7). 

 

Fonseca (2003, p.8-9) aponta que as pesquisas mais recentes relacionadas ao Ensino de História dialogam com a história do ensino e com a história curricular, ademais conversam ainda com a trajetória de métodos disciplinares, didáticos e das composições políticas e ideológicas dos currículos e sua aplicação social. Estes estudos, ao se relacionarem com a história das múltiplas disciplinas, possibilitam a composição de saberes mais amplos e concernentes ao cotidiano do alunado. A autora Circe Fernandes Bittencourt (2018, p.127) vai destacar que a concepção de Ensino de História tem íntima relação com o modelo de História valorizado pela sociedade e ambiente acadêmico. Se há a pregação de uma História voltada para o crescimento econômico, por exemplo, as propostas de ensino precisam estar alinhadas a isto.

 

Quando a História foi sistematizada no século XIX, consoante Bittencourt (2018, p.127-128), inserindo-se dentro dos ambientes das escolas, a disciplina foi mais valorizada, porque buscou atribuir grandeza às personagens históricas consideradas importantes. Dessa forma, a História desempenhou um papel basilar na constituição de um sentimento individual de pertencimento à nação através do conhecimento sobre os grandes feitos destas figuras. Já ao longo do século XX, com o desenvolvimento da democracia, o Ensino de História passou à construção da cidadania, assim como os currículos e os métodos utilizados nas disciplinas. Por vezes, esse ensino à cidadania conflituou e, ainda o faz, com o ensino tecnicista, dirigido para a formação da mão-de-obra, castrando as individualidades ao direcionar as pessoas para o campo do trabalho. No Brasil, as questões envolvendo o ensino e o Ensino de História são ainda mais complexas, porquanto, além do conflito entre o ensino mais progressista e o mais mecânico, ainda se deve considerar a conjuntura política do país, seu passado autoritário e a construção de múltiplas nacionalidades e regionalidades, visto que o Brasil é uma nação de dimensões continentais. Além disso, devido à trajetória social brasileira, as desigualdades são muito grandes e se acentuam ainda mais, portanto, direcionar o Ensino de História ao objetivo de burlar as disparidades de classe, etnia, gênero e cor, se constrói como um desafio.

 

O filme como recurso didático no ensino de história

A proposta deste tópico perpassa pela investigação da usabilidade de recursos audiovisuais, como filmes, séries e documentários, no ensino de História. Primeiramente, a percepção desses componentes como fontes de pesquisa e estudo constitui-se como passo importante, uma vez que retratam uma época, uma cultura e uma ambientação social e política característica de um dado momento. É preciso considerar que a sociedade contemporânea possui uma ampla adaptabilidade à utilização da imagem e do som, visto a constante presença desses mecanismos em suas mais diferentes tarefas diárias (SOUZA; SOARES, 2013, p. 4). Em seu cotidiano, portanto, o estudante já se utiliza de filmes, séries, documentários e videoaulas, por exemplo, para o seu entretenimento ou para conhecer mais sobre um determinado assunto ou contexto específico. Assim, a usabilidade dos recursos audiovisuais viabilizaria uma aproximação maior dos educandos dos conteúdos ensinados nas aulas de História, além de propiciar um ensino mais lúdico, crítico, democrático e participativo. Ou seja, com a composição de um planejamento mais diversificado que abarque diferentes estratégias pedagógicas, faz-se possível que, mesmo em uma classe tão heterogênea, todos os alunos compreendam o conteúdo e adquiram a habilidade de pensá-lo criticamente. Sintetizando o que foi dito, a História pode se utilizar desses instrumentos para “possibilitar reflexões sobre o conhecimento histórico, uma vez que estamos inseridos nesse contexto de ambiência tecnológica, onde o uso da imagem está cada vez mais comum” (SOUZA; SOARES, 2013, p. 4). Por isso, a equipe escolar, os alunos, os pais e os docentes, visto que o trabalho educativo é conjunto, precisam iniciar um debate sobre a importância da aplicação tecnológica, principalmente das produções audiovisuais, na sala de aula, ademais refletir sobre as suas nuances e limites no que concerne ao ensino. Alguns temas devem ser discutidos, por exemplo, as maneiras de se utilizar esses recursos, pois em diferentes instituições são somente tapa-buracos na falta de professores ou em uma determinada aula ociosa; as atividades programadas para acompanhar a aplicação desses instrumentos, vendo-se a necessidade de os alunos analisarem o filme, por exemplo, e debatê-lo, de maneira crítica e conjunta, com os colegas, entre outros assuntos (LUCHETTI; AMARO, 2014, p. 6-7). À vista disso, o docente, ao escolher um determinado audiovisual, deve, em primeira instância, conversar com os alunos e discutir o tema que será transmitido, reconhecer se aquele determinado filme ou série é adequado para a faixa etária de sua turma, além de propor atividades, em sequência, para que os alunos possam trabalhar as ideias e os conhecimentos que adquiriram, sendo essencial a proposição de atividades individuais e coletivas (LUCHETTI; AMARO, 2014, p.8).

 

Desde as últimas décadas do século XX, discute-se, na área da educação, o uso de produções fílmicas como instrumento didático. Isso porque, após a reafirmação da Escola dos Annales na Europa e em outros continentes, procura-se o manuseio de outras fontes de estudo para a História, sendo estas investigações adaptadas por professores em seu ofício (ABUD, 2003, p.185). Outro fator que auxiliou na utilização de filmes em metodologias educacionais foi a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei nº 9.394) de 1996. Este documento foi responsável por instigar o trabalho com mecanismos tecnológicos, visando ampliar o contato disciplinar com o cotidiano do alunado. Já no início dos anos 2000, muitas escolas passaram a se equipar com televisores e aparelhos que reproduziam fitas cacetes, aspirando a transmissão de filmes, primeiramente relacionados ao gênero documentário, mas depois se estendendo para outros, já que diferentes produções fílmicas podem trabalhar com fundos históricos e levantar debates sociais (ABUD, 2003, p.183-184).

 

Nos últimos anos, tem-se espalhado para todas as camadas da sociedade a utilização de plataformas streaming, desta forma, o acesso a produções cinematográficas se tornou muito mais dinâmico. Esse fator demonstra a imprescindibilidade dos professores de manterem o contato com esse universo, visando o debate acerca destes temas em sala de aula. Com o desenvolvimento desenfreado da tecnologia, avultaram-se variadas mudanças em diferentes profissões, inclusive, na forma do professor pensar seus aparatos metodológicos. Adequação, esta, essencial, justamente na busca de relacionar criticamente os conteúdos às novas demandas da sociedade. De acordo com a pesquisadora Abud (2003, p.186-187), aos poucos, as concepções da Escola dos Annales foram sendo acopladas à docência, com isso, as ideias de interdisciplinaridade, problematização e crítica das fontes foram se adequando à realidade da sala de aula.

 

Segundo Abud (2003, p.189), “(...) o filme é mais utilizado como um substituto do texto didático ou da aula expositiva, ou é ainda considerado uma ilustração que dá credibilidade ao tema que se está estudando”. Ou seja, os filmes, documentários e séries podem ser utilizados para substituir textos mais densos sobre determinado assunto, levando o alunado a compreender de forma mais palatável o conteúdo; por outro lado, estas produções permitem também ser usadas para dar credibilidade a uma discussão já realizada em sala de aula. Consoante o professor Luiz Araújo Ramos Neto (2016, p.138), vários docentes possuem um contato maior com os conteúdos disseminados pelas atuais plataformas streaming, porém, o manuseio destes nas escolas faz-se como algo bem mais complexo e desafiador, mesmo no século XXI. Esta dificuldade que o professor enfrenta possui diversas causas, entre elas estão: a falta de equipamentos em algumas instituições; a precariedade no acesso a livros didáticos; o preconceito de algumas escolas e pais com relação ao manuseio de ferramentas lúdicas e outras.

 

Para tentar driblar estes impasses, diversos livros de qualidade têm sido lançados, buscando auxiliar os professores na composição de seus aparatos didáticos. Um exemplo destas obras é o livro “História e Didática” (2010), da Editora Vozes, que oferece alternativas ao docente de História no trabalho com elementos tecnológicos, como os filmes e a gamificação. A revolução tecnológica acelerada que os brasileiros têm vivenciado nos últimos tempos, em certa medida, também tem sido acompanhada pelas transformações dos livros didáticos, observando-se os novos materiais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Outrossim, isto é percebido também nas novas propostas de atividades trazidas pelos livros, que envolvem a utilização de outras fontes há muito tempo manuseadas pelas pesquisas acadêmicas de História, como filmes, literatura, jornais, revistas e outras. A nova cartilha de livros disponível, desde 2018, no site do programa, apresenta, principalmente, as obras das editoras Saraiva e Ática, que já trabalham com prerrogativas da BNCC (2017), inclusive no manuseio de conteúdos digitais (CONCEIÇÃO, 2019, p.143-148).

 

Conclusão

É através da educação que se molda os cidadãos do amanhã, por isso, a união entre professores, familiares e toda a sociedade, para auxiliar os alunos em sua jornada até a vida adulta, torna-se essencial. De acordo com Jorge Larrosa Bondía (2002, p.21), nos tempos atuais, vive-se em um mundo cada vez mais precário quando o quesito é a troca de experiências, sendo estas responsáveis por gerar ensinamentos para a vida prática dos sujeitos, com relação a si mesmos e ao outro. Neste caso, a disseminação de informações diversas e deslocadas vem acelerando o processo, tornando o ser humano ainda mais alheio a reflexões. Enxerga-se como é importante o diálogo entre as novas tecnologias e os conteúdos escolares formais, visto que a sociedade atual possui, cada vez mais, acesso a ferramentas tecnológicas, sendo primordial a problematização delas, por parte do professor, na prerrogativa de estabelecer o uso crítico e significativo destes meios. Na contemporaneidade, observa-se que as informações estão soltas na web e em uma quantidade muito grande, a ponto de as pessoas terem bastante dificuldade na atribuição de sentido ao conteúdo que acessam. Dentro deste contexto, o docente precisa intervir na realidade social como um facilitador, auxiliando seus alunos e toda a comunidade escolar a utilizarem os aparelhos tecnológicos de forma benéfica. Assim, o direcionamento na formação de professores e o acesso aos suportes necessários são prerrogativas ímpares para que aja o manuseio correto dos conteúdos digitais, algo que deve partir não só de uma iniciativa dos docentes, mas de uma cobrança da sociedade perante os órgãos públicos. Por fim, somente deste jeito serão cumpridos os planos de educação responsáveis por relacionar as vivências do alunado às disciplinas escolares, formando-os adequadamente para a vida em sociedade.

 

Referências biográficas

Camila dos Santos da Costa: Licencianda de História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP).

João Pedro da Silveira Guimarães: Formado em Letras. Pós-graduado em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil. Licenciando de História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP).

 

Referências bibliográficas

ABUD, Katia Maria. A construção de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização de filmes no ensino, Revista História, São Paulo, v. 22, n. 1, pp. 183-193, 2003. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010190742003000100008&script=sci_arttext&tlng=pt. Acesso em: 21 abr. 2021.

 

ARAUJO, Sérgio Paulino de; VIEIRA, Vanessa Dantas; KLEM, Suelen Cristina dos Santos; KRESCIGLOVA, Silvana Binde. Tecnologia na educação: contexto histórico, papel e diversidade. In: IV Jornada de Didática; III Seminário de Pesquisa do CEMAD, 2017, Paraná. Anais da IV Jornada de Didática e do III Seminário de Pesquisa do CEMAD. Paraná: UEL, 2017, pp. 920-928. Disponível em: http://www.uel.br/eventos/jornadadidatica/pages/arquivos/IV%20Jornada%20de%20Didatica%20Docencia%20na%20Contemporaneidade%20e%20III%20Seminario%20de%20Pesquisa%20do%20CEMAD/TECNOLOGIA%20NA%20EDUCACAO%20CONTEXTO%20HISTORICO%20PAPEL%20E%20DIVERSIDADE.pdf. Acesso em: 02 mai. 2021. 

 

BATISTA, Sandra Aparecida; FREITAS, Carlos Cesar G. O uso da tecnologia na educação: um debate a partir da alternativa da tecnologia social. Revista Tecnologia e Sociedade, v. 14, n. 30, pp. 121-135, jan./abr. 2018. Disponível em: https://periodicos.utfpr.edu.br/rts/article/view/5784. Acesso em: 02 mai. 2021.

 

BITTENCOURT, Circe Fernandes. Reflexões sobre o Ensino de História. Revista Estudos Avançados, v. 31, n. 93, pp. 127-149, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ea/v32n93/0103-4014-ea-32-93-0127.pdf  Acesso em: 15 abr. 2021.

 

BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a Experiência e o Saber de Experiência, Revista Brasileira de Educação, v.1, n.19, pp. 20-28, 2002. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-24782002000100003%20&script=sci_arttext Acesso em: 02 mai. 2021.

 

FERREIRA, Marieta de Moraes; OLIVEIRA, Margarida Dias de. Dicionário de Ensino de História. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2019.

 

FONSECA, Thais Nivia de Lima e. História e Ensino de História. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2003.

 

LUCHETTI, Solange Aparecida; AMARO, Hudson Siqueira. A utilização de filmes nas aulas de História. Cadernos PDE, v. 1, pp. 2-12, 2014. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014/2014_uem_hist_artigo_solange_aparecida_luchetti.pdf. Acesso em: 02 mai. 2021.

 

NETO, Luiz Araújo Ramos. Cinema e História: o uso de filmes no ensino de História. In: XVII Encontro Estadual de História, v. 17, n.1, 2016, Paraíba. Anais do XVII Encontro Estadual de História. Paraíba: ANPUH-PB, 2016, pp.135-144. Disponível em: http://www.ufpb.br/evento/index.php/xviieeh/xviieeh/paper/view/3238 Acesso em: 21 abr. 2021.

 

SELBACH, Simone. História e Didática. Petrópolis: Editora Vozes, 2010

 

SOUZA, Polyana Jessica do Carmo de; SOARES, Valter Guimarães. Cinema e ensino de História. In: XXVII Simpósio Nacional de História, 2013, Rio Grande do Norte. Anais do XXVII Simpósio Nacional de História. Rio Grande do Norte: ANPUH-RN, 2013, pp. 1-7. Disponível em: http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1371330125_ARQUIVO_polyanaartigofinal1.pdf. Acesso em: 02 mai. 2021.

9 comentários:

  1. Olá, Camila e João Pedro!

    Parabéns pelo texto!

    “[...] compreender que o perfil atual do alunado está se modificando e que novas técnicas de ensino são necessárias é o primeiro passo para uma educação mais democrática e inclusiva [...] Enxerga-se como é importante o diálogo entre as novas tecnologias e os conteúdos escolares formais, visto que a sociedade atual possui, cada vez mais, acesso a ferramentas tecnológicas, sendo primordial a problematização delas, por parte do professor, na prerrogativa de estabelecer o uso crítico e significativo destes meios.”

    O que escrevem me faz refletir e constatar que os alunos “devem” ser educados a terem uma visão aberta aos diversos horizontes. São eles o nosso futuro, portanto, “devem” desde cedo, alicerçar os seus conhecimentos nas várias áreas e assim, serem capazes, sem dificuldades, de fazerem escolhas concretas em prol deles mesmos, na esperança de um futuro melhor. Para que erros do passado não se repitam no futuro é necessário que os jovens estudantes sejam motivados a pensarem, refletirem, questionarem, problematizarem, criticarem e serem conscientes da realidade que os circunda e para tanto, precisam de base a fim de que se desenvolva um conhecimento sobre as mais amplas e diversas questões. A esse ponto, questiono: Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nesse processo de mudança, nessas novas linguagens de ensino?

    Obrigada.
    Celiana Maria da Silva

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    2. Olá Celina, agradeço muito o comentário sobre o nosso trabalho e pela pergunta! Nós ficamos, realmente, muito felizes em interagir. Bom, seu questionamento é bastante pertinente, visto que, estamos imersos nessa era de novas linguagens, novas dinâmicas de ensino-aprendizagem, novas maneiras de nos relacionar. Que vem se transformando ainda mais através dessa maior difusão das tecnologias. E auxiliar na inserção dos responsáveis pelo fomento desse processo de "ensinagem" é algo bastante complexo, tanto para poder público, quanto para as redes privadas do ensino e, para além da educação formal, é muito complicado para as famílias por exemplo, adentrar nessas novas dinâmicas. Até porque, as condições socioeconômicas no Brasil são muito díspares né. Então, nós educadores, ao refletirmos essa temática, percebemos que não possui uma maneira única de envolver os responsáveis nesse processo de mudança, mas existem alguns caminhos. Os profissionais da educação, ainda mais nesse período pandêmico, têm procurado com afinco, o aperfeiçoamento profissional no campo das tecnologias, estudando maneiras de dialogar estas ferramentas com cada tipo de cotidiano que os alunos possuem, por mais que ainda haja relutância de alguns profissionais, enxerga-se que estamos cada vez mais imersos nesse universo tecnológico. Na minha opinião, os órgãos públicos de ensino ainda têm falhado muito na capacitação dos profissionais e na estruturação das escolas, nesse sentido. Eu que sou do Rio de Janeiro, não tenho visto o esforço do estado em dialogar essas novas linguagens no cotidiano educacional e isso é realmente muito problemático. Mas nós como professores, precisamos pensar em medidas para conversar cada vez mais com a sociedade e o poder público, para transformar esse distanciamento entre esse mundo tecnológico e as didáticas presentes nas instituições de ensino. Espero ter te respondido, é uma pergunta que instiga um grande debate, então espero ter ajudado nas suas reflexões perante o texto. Muito obrigada! :)

      Camila dos Santos da Costa

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  2. Olá Camila e João Pedro, Parabéns pelo texto. Minha dúvida é em relação ao método histórico e as possibilidades de uso das TIC's, poderiam dar alguns exemplos de formas de como usar essas ferramentas em uma aula voltada a entender a historicidade e o trabalho do historiador-pesquisador?

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  3. Olá, Alesy! Obrigado pelo seu comentário em nosso texto! Primeiramente, para o uso adequado das TIC's, é necessário que o professor conheça o perfil de sua turma e entenda quais serão as práticas pedagógicas ideais, naquele contexto, para uma aprendizagem democrática e inclusiva, ou seja, que englobe todos os seus alunos. Desta forma, o docente respeitará o fato de que cada indivíduo entende o mundo de maneiras diferentes e aprende por processos pedagógicos múltiplos. No contexto do ensino de História, o educador deve sempre abrir suas aulas para o diálogo crítico, permitindo aos estudantes expor suas opiniões sobre os temas abordados, inclusive discutindo-os junto aos colegas de classe. Dito isto, as TIC's são instrumentos pedagógicos promissores no trabalho com as mais diferentes disciplinas, visto que estão presentes nas atividades diárias dos alunos. É importante que o professor explore com os educandos a possibilidade da pesquisa, tornando-os atores de seu próprio processo de aprendizagem. Primeiro, é preciso trazer este pensamento para suas aulas, fomentando a pesquisa por meio da leitura de artigos, de filmes, de vídeos no YouTube, mostrando aos alunos que eles também possuem a capacidade de pesquisar e criar seu próprio conhecimento. O professor torna-se um mediador neste processo, principalmente na orientação dos ambientes propícios e indicados à pesquisa e à busca por conhecimento. Por exemplo, o professor pode trabalhar um determinado conteúdo de História em sala de aula, para, seguidamente, pedir aos alunos que assistam a um determinado filme ou série ou até que leiam algum texto ou artigo on-line. Como atividade, pode sugerir que escrevam uma resenha crítica sobre as formas como o tema é abordado naquele audiovisual ou texto, pois, desta forma, o aluno precisará pesquisar mais sobre o tema nas plataformas digitais para elaborar seus argumentos na confecção de seu escrito. Como outra atividade, o professor pode pedir um seminário com o uso do Power Point ou na possibilidade de os alunos gravarem um vídeo explicando o conteúdo, inclusive até pedir que gravem um pequeno filme sobre aquele tema. Neste sentido, os alunos terão que ler sobre o assunto, pesquisar e trabalhar com os conteúdos e debatê-los com os seus colegas, para assim elaborar o seu trabalho. Uma terceira sugestão é que os alunos possam confeccionar uma página ou um site com seus textos e suas pesquisas sobre os determinados conteúdos históricos próprios de sua série. Entendo que reforçar o trabalho em grupo e a pesquisa em colaboração com os colegas é essencial, como também ensiná-los a organizar uma pesquisa de forma mais autônoma e individualizada. Neste sentido, o professor pode, a partir de uma aula, trazer todas essas sugestões para os alunos, mostrando-os na teoria e na prática que são capazes de pesquisar e de construir conhecimento, saindo daquela posição do ensino tradicional, de alunos que só ouviam o professor, para alunos que saibam debater e elaborar seus próprios argumentos. Todas essas ferramentas, como vídeos, criação de páginas na internet, a gamificação (que pode ser ideal se o professor soube trabalhar com jogos online, pois os alunos poderiam criar um jogo a partir de suas próprias pesquisas acerca de um conteúdo específico), as redes sociais e o audiovisual, são essenciais para a construção de um conhecimento ativo e de uma educação libertadora e democrática. Além disso, o educador necessita entender a realidade de sua escola, quais são as atividades possíveis de ser realizadas e que melhor atenderão as necessidades de seus alunos.

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    1. Continuando...

      Demonstrar aos alunos como trabalhar de forma consciente com as TIC´s e, ainda, como podem utilizá-las adequadamente para a pesquisa é muito importante para atestar que aprender pode ser divertido e edificante. Para trabalhar isso em uma aula específica, o professor pode mostrar que é possível fazer pesquisa através da elaboração de vídeos, páginas na web e jogos, por exemplo, e com a leitura de artigos e textos on-line também. Há, inclusive, sites de museus que permitem tour virtual, algo que seria ótimo trabalhar em uma aula de História como mais uma possibilidade de pesquisa. Há também sites de bibliotecas que disponibilizam seu acervo digitalizado. Acho que o educador pode demonstrar isso, trazendo todas essas possibilidades para a sala de aula, inclusive trabalhando-as com os estudantes, mas também deve permitir que os alunos levem isso para a prática na elaboração de suas próprias atividades e pesquisas com o uso das TIC´s.

      Espero ter respondido sua pergunta. Mais uma vez, muito obrigado!


      João Pedro da Silveira Guimarães

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  4. Boa noite, Camila e João Pedro!

    Referente ao texto e seus bons temas apontados e esclarecidos, em uma perspectiva usual das TIC's, temos um ponto central entre nossa busca coletiva e individual, sendo assim, muito extenso e amplamente debatido em grupos acadêmicos.

    Observando países que não prioriza uma educação tecnológica, encontramos alunos e educadores formulando hipóteses somente através do raciocínio lógico, utilizando uma pequena parcela de seu tempo ao referente assunto, ou tendo somente uma boa leitura e reflexão, é correto afirmar que existem estruturas abstratas que são alcançados pelos pensamentos obtidos através de memórias que carregamos e guardamos ao longo dos avanços das eras em nossa história tecnológica e artística primitiva/contemporânea?

    Obrigado!

    Rogério Barbosa Dos Santos

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    2. Olá, Rogério, agradeço a pergunta e sua interação conosco. Sua pergunta é bem complexa e muito pertinente. Existem diversos estudos acerca dos estudos das tecnologias, mesmo em países que não fomentam o estudo e a utilização acerca das tecnologias da informação, visto que, como você apontou, as tecnologias não são apenas as tecnologias digitais que são mais faladas nos dias de hoje. Mas desde a chamada "pré-história" o homem utiliza técnicas para aprenderem coisas que seriam necessárias para sua sobrevivência. Eu não sei dizer se existem estruturas mentais e fisiológicas que nos fariam acessar esse tempo tão longínquo da história humana, a ponto de fazer com que, na contemporaneidade, o homem acessasse características próprias daqueles período. Pois demandaria uma análise mais estruturalista, de profissionais antropólogos, linguistas, psicólogos. Creio eu que a história, sozinha não seria capaz de fazer um estudo tão longo das estruturas mentais. Obrigada!

      Ass: Camila dos Santos da Costa

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