O AUDIOVISUAL NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA
ANÁLISE SOBRE NOVAS PERSPECTIVAS PEDAGÓGICAS
Introdução
O homem, como um ser
racional, desenvolveu inúmeras tecnologias para se integrar ao seu hábitat e
transformar a natureza e o meio em que vive (ARAUJO et. al., 2017, p. 921-922).
Por milênios, instrumentos tecnológicos possibilitaram a comunicação, o
agrupamento e a sedentarização destes seres humanos e, consequentemente, as
diferentes mudanças em seu modo de viver e de se reproduzir. No contexto
vigente, as conhecidas TICs - tecnologias da informação e da comunicação -
fazem parte do cotidiano das pessoas no que tange à realização de múltiplas
tarefas importantes, por exemplo, no trabalho, no lazer e no entretenimento.
Uma criança hoje já nasce um nativo digital, vivendo em um mundo de rápidas e
repentinas transformações tecnológicas. Por isso, o perfil do aluno no mundo
contemporâneo passa a ser inteiramente distinto em relação aos anos anteriores,
sendo necessário, para os profissionais da educação, pensar em novas práticas
pedagógicas e novas maneiras de ensinar. Contemplando a imprescindibilidade do
debate, as TICs podem ser excelentes aliadas neste processo de inovação, já que
os estudantes convivem com elas naturalmente em seu dia a dia para variados
fins. Neste artigo, contemplamos o uso do audiovisual no ambiente da sala de
aula, focando, sobretudo, em sua utilização no ensino de História. Por fim,
trouxemos reflexões sobre as suas aplicabilidades e seus benefícios para o
ensino, além, obviamente, de comentarmos alguns entraves que podem surgir neste
transcurso.
A tecnologia e
a educação como mecanismos de transformação social
Em todos os períodos
históricos, o ser humano produziu tecnologia a partir de sua capacidade de
racionalização e adaptabilidade ao meio em que vive. Deste modo, com o intuito
de facilitar o cotidiano de sua espécie, de suprir as suas necessidades e de proporcionar
condições oportunas de permanência neste planeta, o homem desenvolveu
diferentes recursos tecnológicos de base concreta, como obras arquitetônicas, ou
imaterial, a exemplo da linguagem (ARAUJO et. al., 2017, p. 921-922). Para
isso, o controle da natureza foi essencial, visto que permitiu aos indivíduos
uma usabilidade de seus recursos para confeccionar simples objetos defensivos
ou ornamentais até meios de transporte e tecnologias da comunicação (ARAUJO et.
al., 2017, p. 922). Ao passar do tempo, fabricaram-se constituintes
imprescindíveis à realidade contemporânea, sem os quais não haveria toda a
comodidade e conforto presentes nos âmbitos públicos e privados dos centros
urbanos e rurais. Em outras palavras, na ausência de toda a tecnologia
produzida e descoberta em tempos passados, falando-se das mais triviais às mais
complexas, a vida humana seria completamente diferente, sendo, possível,
inclusive, que já tivesse findado. Apesar de todos os benefícios, os recursos
tecnológicos são multifacetados e ambivalentes, em virtude da sua utilização
tanto para a melhoria da qualidade da vida humana quanto para a destruição em
massa de grupos ou territórios. Isto posto, esses componentes perpassam por
diversas áreas da presencialidade humana, incorporando-se às funcionalidades
concernentes ao bem-comum, ao enriquecimento e à manipulação da realidade e das
perspectivas de poder (ARAUJO et. al., 2017, p. 923-924). Como demonstra os
pesquisadores Araujo et. al. (2017, p. 924), a tecnologia pode ser também um
recurso de poder, pois os entes que controlam esses meios conseguem dominar os
seus semelhantes e prosperar econômica e politicamente.
Após todo o debate sobre
as dimensões da tecnologia no âmbito social, é perceptível a sua importância
como uma ferramenta para suprir as necessidades do próprio ser humano e de sua coletividade.
Nesta perspectiva, os autores Sandra Aparecida Batista e Carlos Cesar G.
Freitas (2018, p. 123) propõem um novo olhar acerca dos recursos tecnológicos,
estabelecendo-os como facilitadores na redução das desigualdades sociais e na
transformação do ser humano. Essa faceta da tecnologia interliga-se claramente
ao princípio da educação como um direito “inalienável de todo cidadão, com a
finalidade de promover o exercício da cidadania” (BATISTA; FREITAS, 2018, p.
123). Em contrapartida, a educação também pode ser um mecanismo antitético
dependendo do contexto em que se insere, dado a sua oportunidade de construção
discursiva voltada a dois vieses distintos: a manutenção do status quo ou
a promoção de uma transformação social autêntica e significativa (BATISTA;
FREITAS, 2018, p. 124). Portanto, deve-se ter em mente a necessidade de se
refletir a inserção dos mecanismos tecnológicos na escola, compreendendo a
participação de todos, professores, alunos, pais, comunidade e equipe escolar,
inclusive na promoção de reuniões para debates sobre a usabilidade destes
recursos nas salas de aula e em outros espaços da instituição, fazendo valer a
dimensão democrática do contexto educacional público. Nesta perspectiva, a
educação e a tecnologia precisam ser vistas como atos políticos, já que
“envolvem escolhas, posicionamentos, visões de mundo e compromissos éticos” (BATISTA;
FREITAS, 2018, p. 124-125), mas também como aparatos alinhados na construção de
um mundo mais acolhedor e justo para as futuras gerações.
Com a entrada das
tecnologias da informação e da comunicação - TIC’s - no contexto educacional, o
processo pedagógico e o planejamento escolar precisam ser repensados em
conjunto, inclusive no entendimento de que as tradicionais práticas de ensino
não podem ser simplesmente excluídas do espaço da sala de aula e nem se
antagonizar às novas tecnologias, mas é crucial que se proponha um diálogo
entre esses dois paralelos, que não precisam ser descoincidentes (BATISTA;
FREITAS, 2018, p. 126). Portanto, coadunar a educação e as TIC’s não deve ser
somente sobre discutir se o aluno pode ou não utilizar o celular em um espaço
acadêmico, assim sendo, compreender que o perfil atual do alunado está se
modificando e que novas técnicas de ensino são necessárias é o primeiro passo
para uma educação mais democrática e inclusiva. Pensando por outra perspectiva,
a internet possibilita um amplo acesso a informações de diferentes matizes
teóricas e conceituais, sendo o homem contemporâneo mergulhado em uma corrente
de discursos esparsos e desconexos, o que contribui para algumas peripécias conhecidas
hoje em dia, por exemplo, a confusão teórica sobre determinados temas, as fake-news
e os vazios metodológicos em relação à pesquisa e à leitura. Desta forma, a
escola seria um espaço frutífero para a impulsão de um diálogo consciente sobre
o conhecimento e suas estruturas constituintes, além de possibilitar um estudo
mais amplo sobre o manejo da informação e sobre as nuances do discurso
empreendidas em amplos canais de comunicação.
Ensino de história
Em sua obra História e
Ensino de História (2003, p.7), a pesquisadora Thais Nivia de Lima e
Fonseca aponta que muito se espera do historiador no que tange ao conhecimento
sobre as fontes, a historiografia e os métodos da História; e do professor, na
ciência dos conteúdos, das propostas pedagógicas e da didática. Porém, o que,
na maioria das vezes, o professor de História deixa de se atentar, até mesmo
por sua formação, é que pode apontar caminhos possíveis para compor o ensino de
História. Com isso, “pensar o Ensino de História na sua historicidade significa
buscar, se não soluções definitivas, ao menos uma compreensão mais clara sobre
o que significa, hoje, ensinar História nas escolas” (FONSECA, 2003, p.7).
Fonseca (2003, p.8-9)
aponta que as pesquisas mais recentes relacionadas ao Ensino de História
dialogam com a história do ensino e com a história curricular, ademais
conversam ainda com a trajetória de métodos disciplinares, didáticos e das
composições políticas e ideológicas dos currículos e sua aplicação social.
Estes estudos, ao se relacionarem com a história das múltiplas disciplinas, possibilitam
a composição de saberes mais amplos e concernentes ao cotidiano do alunado. A
autora Circe Fernandes Bittencourt (2018, p.127) vai destacar que a concepção
de Ensino de História tem íntima relação com o modelo de História valorizado
pela sociedade e ambiente acadêmico. Se há a pregação de uma História voltada
para o crescimento econômico, por exemplo, as propostas de ensino precisam
estar alinhadas a isto.
Quando a História foi
sistematizada no século XIX, consoante Bittencourt (2018, p.127-128),
inserindo-se dentro dos ambientes das escolas, a disciplina foi mais
valorizada, porque buscou atribuir grandeza às personagens históricas
consideradas importantes. Dessa forma, a História desempenhou um papel basilar
na constituição de um sentimento individual de pertencimento à nação através do
conhecimento sobre os grandes feitos destas figuras. Já ao longo do século XX,
com o desenvolvimento da democracia, o Ensino de História passou à construção
da cidadania, assim como os currículos e os métodos utilizados nas disciplinas.
Por vezes, esse ensino à cidadania conflituou e, ainda o faz, com o ensino
tecnicista, dirigido para a formação da mão-de-obra, castrando as individualidades
ao direcionar as pessoas para o campo do trabalho. No Brasil, as questões
envolvendo o ensino e o Ensino de História são ainda mais complexas, porquanto,
além do conflito entre o ensino mais progressista e o mais mecânico, ainda se
deve considerar a conjuntura política do país, seu passado autoritário e a
construção de múltiplas nacionalidades e regionalidades, visto que o Brasil é
uma nação de dimensões continentais. Além disso, devido à trajetória social
brasileira, as desigualdades são muito grandes e se acentuam ainda mais,
portanto, direcionar o Ensino de História ao objetivo de burlar as disparidades
de classe, etnia, gênero e cor, se constrói como um desafio.
O filme como
recurso didático no ensino de história
A proposta deste tópico
perpassa pela investigação da usabilidade de recursos audiovisuais, como
filmes, séries e documentários, no ensino de História. Primeiramente, a
percepção desses componentes como fontes de pesquisa e estudo constitui-se como
passo importante, uma vez que retratam uma época, uma cultura e uma ambientação
social e política característica de um dado momento. É preciso considerar que a
sociedade contemporânea possui uma ampla adaptabilidade à utilização da imagem
e do som, visto a constante presença desses mecanismos em suas mais diferentes
tarefas diárias (SOUZA; SOARES, 2013, p. 4). Em seu cotidiano, portanto, o estudante
já se utiliza de filmes, séries, documentários e videoaulas, por exemplo, para
o seu entretenimento ou para conhecer mais sobre um determinado assunto ou
contexto específico. Assim, a usabilidade dos recursos audiovisuais
viabilizaria uma aproximação maior dos educandos dos conteúdos ensinados nas
aulas de História, além de propiciar um ensino mais lúdico, crítico,
democrático e participativo. Ou seja, com a composição de um planejamento mais
diversificado que abarque diferentes estratégias pedagógicas, faz-se possível
que, mesmo em uma classe tão heterogênea, todos os alunos compreendam o
conteúdo e adquiram a habilidade de pensá-lo criticamente. Sintetizando o que
foi dito, a História pode se utilizar desses instrumentos para “possibilitar
reflexões sobre o conhecimento histórico, uma vez que estamos inseridos nesse
contexto de ambiência tecnológica, onde o uso da imagem está cada vez mais
comum” (SOUZA; SOARES, 2013, p. 4). Por isso, a equipe escolar, os alunos, os
pais e os docentes, visto que o trabalho educativo é conjunto, precisam iniciar
um debate sobre a importância da aplicação tecnológica, principalmente das
produções audiovisuais, na sala de aula, ademais refletir sobre as suas nuances
e limites no que concerne ao ensino. Alguns temas devem ser discutidos, por
exemplo, as maneiras de se utilizar esses recursos, pois em diferentes
instituições são somente tapa-buracos na falta de professores ou em uma
determinada aula ociosa; as atividades programadas para acompanhar a aplicação
desses instrumentos, vendo-se a necessidade de os alunos analisarem o filme,
por exemplo, e debatê-lo, de maneira crítica e conjunta, com os colegas, entre
outros assuntos (LUCHETTI; AMARO, 2014, p. 6-7). À vista disso, o docente, ao
escolher um determinado audiovisual, deve, em primeira instância, conversar com
os alunos e discutir o tema que será transmitido, reconhecer se aquele
determinado filme ou série é adequado para a faixa etária de sua turma, além de
propor atividades, em sequência, para que os alunos possam trabalhar as ideias
e os conhecimentos que adquiriram, sendo essencial a proposição de atividades
individuais e coletivas (LUCHETTI; AMARO, 2014, p.8).
Desde as últimas décadas
do século XX, discute-se, na área da educação, o uso de produções fílmicas como
instrumento didático. Isso porque, após a reafirmação da Escola dos Annales na
Europa e em outros continentes, procura-se o manuseio de outras fontes de estudo
para a História, sendo estas investigações adaptadas por professores em seu
ofício (ABUD, 2003, p.185). Outro fator que auxiliou na utilização de filmes em
metodologias educacionais foi a aprovação da nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação (Lei nº 9.394) de 1996. Este documento foi responsável por instigar o
trabalho com mecanismos tecnológicos, visando ampliar o contato disciplinar com
o cotidiano do alunado. Já no início dos anos 2000, muitas escolas passaram a
se equipar com televisores e aparelhos que reproduziam fitas cacetes, aspirando
a transmissão de filmes, primeiramente relacionados ao gênero documentário, mas
depois se estendendo para outros, já que diferentes produções fílmicas podem
trabalhar com fundos históricos e levantar debates sociais (ABUD, 2003,
p.183-184).
Nos últimos anos, tem-se espalhado
para todas as camadas da sociedade a utilização de plataformas streaming,
desta forma, o acesso a produções cinematográficas se tornou muito mais
dinâmico. Esse fator demonstra a imprescindibilidade dos professores de
manterem o contato com esse universo, visando o debate acerca destes temas em
sala de aula. Com o desenvolvimento desenfreado da tecnologia, avultaram-se
variadas mudanças em diferentes profissões, inclusive, na forma do professor pensar
seus aparatos metodológicos. Adequação, esta, essencial, justamente na busca de
relacionar criticamente os conteúdos às novas demandas da sociedade. De acordo
com a pesquisadora Abud (2003, p.186-187), aos poucos, as concepções da Escola
dos Annales foram sendo acopladas à docência, com isso, as ideias de
interdisciplinaridade, problematização e crítica das fontes foram se adequando
à realidade da sala de aula.
Segundo
Abud (2003, p.189), “(...) o filme é mais utilizado como um substituto do texto
didático ou da aula expositiva, ou é ainda considerado uma ilustração que dá
credibilidade ao tema que se está estudando”. Ou seja, os filmes, documentários
e séries podem ser utilizados para substituir textos mais densos sobre
determinado assunto, levando o alunado a compreender de forma mais palatável o
conteúdo; por outro lado, estas produções permitem também ser usadas para dar
credibilidade a uma discussão já realizada em sala de aula. Consoante o
professor Luiz Araújo Ramos Neto (2016, p.138), vários docentes possuem um
contato maior com os conteúdos disseminados pelas atuais plataformas streaming,
porém, o manuseio destes nas escolas faz-se como algo bem mais complexo e
desafiador, mesmo no século XXI. Esta dificuldade que o professor enfrenta
possui diversas causas, entre elas estão: a falta de equipamentos em algumas
instituições; a precariedade no acesso a livros didáticos; o preconceito de
algumas escolas e pais com relação ao manuseio de ferramentas lúdicas e outras.
Para
tentar driblar estes impasses, diversos livros de qualidade têm sido lançados,
buscando auxiliar os professores na composição de seus aparatos didáticos. Um
exemplo destas obras é o livro “História e Didática” (2010), da Editora Vozes,
que oferece alternativas ao docente de História no trabalho com elementos
tecnológicos, como os filmes e a gamificação. A revolução tecnológica acelerada
que os brasileiros têm vivenciado nos últimos tempos, em certa medida, também
tem sido acompanhada pelas transformações dos livros didáticos, observando-se
os novos materiais distribuídos pelo Programa Nacional do Livro Didático
(PNLD). Outrossim, isto é percebido também nas novas propostas de atividades
trazidas pelos livros, que envolvem a utilização de outras fontes há muito
tempo manuseadas pelas pesquisas acadêmicas de História, como filmes,
literatura, jornais, revistas e outras. A nova cartilha de livros disponível, desde
2018, no site do programa, apresenta, principalmente, as obras das editoras
Saraiva e Ática, que já trabalham com prerrogativas da BNCC (2017), inclusive
no manuseio de conteúdos digitais (CONCEIÇÃO, 2019, p.143-148).
Conclusão
É através da educação que
se molda os cidadãos do amanhã, por isso, a união entre professores, familiares
e toda a sociedade, para auxiliar os alunos em sua jornada até a vida adulta,
torna-se essencial. De acordo com Jorge Larrosa Bondía (2002, p.21), nos tempos
atuais, vive-se em um mundo cada vez mais precário quando o quesito é a troca
de experiências, sendo estas responsáveis por gerar ensinamentos para a vida
prática dos sujeitos, com relação a si mesmos e ao outro. Neste caso, a
disseminação de informações diversas e deslocadas vem acelerando o processo,
tornando o ser humano ainda mais alheio a reflexões. Enxerga-se como é
importante o diálogo entre as novas tecnologias e os conteúdos escolares
formais, visto que a sociedade atual possui, cada vez mais, acesso a
ferramentas tecnológicas, sendo primordial a problematização delas, por parte
do professor, na prerrogativa de estabelecer o uso crítico e significativo
destes meios. Na contemporaneidade, observa-se que as informações estão soltas
na web e em uma quantidade muito grande, a ponto de as pessoas terem bastante
dificuldade na atribuição de sentido ao conteúdo que acessam. Dentro deste
contexto, o docente precisa intervir na realidade social como um facilitador,
auxiliando seus alunos e toda a comunidade escolar a utilizarem os aparelhos
tecnológicos de forma benéfica. Assim, o direcionamento na formação de
professores e o acesso aos suportes necessários são prerrogativas ímpares para
que aja o manuseio correto dos conteúdos digitais, algo que deve partir não só
de uma iniciativa dos docentes, mas de uma cobrança da sociedade perante os
órgãos públicos. Por fim, somente deste jeito serão cumpridos os planos de
educação responsáveis por relacionar as vivências do alunado às disciplinas
escolares, formando-os adequadamente para a vida em sociedade.
Referências biográficas
Camila dos Santos da Costa: Licencianda de
História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP).
João Pedro da Silveira Guimarães: Formado em
Letras. Pós-graduado em Leitura e Literatura Infantil e Juvenil. Licenciando de
História pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP).
Referências
bibliográficas
ABUD, Katia Maria. A construção de uma Didática da História: algumas ideias sobre a utilização
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BONDÍA, Jorge Larrosa. Notas sobre a Experiência e o Saber de
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Norte: ANPUH-RN, 2013, pp. 1-7. Disponível em: http://www.snh2013.anpuh.org/resources/anais/27/1371330125_ARQUIVO_polyanaartigofinal1.pdf.
Acesso em: 02 mai. 2021.
Olá, Camila e João Pedro!
ResponderExcluirParabéns pelo texto!
“[...] compreender que o perfil atual do alunado está se modificando e que novas técnicas de ensino são necessárias é o primeiro passo para uma educação mais democrática e inclusiva [...] Enxerga-se como é importante o diálogo entre as novas tecnologias e os conteúdos escolares formais, visto que a sociedade atual possui, cada vez mais, acesso a ferramentas tecnológicas, sendo primordial a problematização delas, por parte do professor, na prerrogativa de estabelecer o uso crítico e significativo destes meios.”
O que escrevem me faz refletir e constatar que os alunos “devem” ser educados a terem uma visão aberta aos diversos horizontes. São eles o nosso futuro, portanto, “devem” desde cedo, alicerçar os seus conhecimentos nas várias áreas e assim, serem capazes, sem dificuldades, de fazerem escolhas concretas em prol deles mesmos, na esperança de um futuro melhor. Para que erros do passado não se repitam no futuro é necessário que os jovens estudantes sejam motivados a pensarem, refletirem, questionarem, problematizarem, criticarem e serem conscientes da realidade que os circunda e para tanto, precisam de base a fim de que se desenvolva um conhecimento sobre as mais amplas e diversas questões. A esse ponto, questiono: Como conseguir envolver os responsáveis pelo ensino-aprendizagem nesse processo de mudança, nessas novas linguagens de ensino?
Obrigada.
Celiana Maria da Silva
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Celina, agradeço muito o comentário sobre o nosso trabalho e pela pergunta! Nós ficamos, realmente, muito felizes em interagir. Bom, seu questionamento é bastante pertinente, visto que, estamos imersos nessa era de novas linguagens, novas dinâmicas de ensino-aprendizagem, novas maneiras de nos relacionar. Que vem se transformando ainda mais através dessa maior difusão das tecnologias. E auxiliar na inserção dos responsáveis pelo fomento desse processo de "ensinagem" é algo bastante complexo, tanto para poder público, quanto para as redes privadas do ensino e, para além da educação formal, é muito complicado para as famílias por exemplo, adentrar nessas novas dinâmicas. Até porque, as condições socioeconômicas no Brasil são muito díspares né. Então, nós educadores, ao refletirmos essa temática, percebemos que não possui uma maneira única de envolver os responsáveis nesse processo de mudança, mas existem alguns caminhos. Os profissionais da educação, ainda mais nesse período pandêmico, têm procurado com afinco, o aperfeiçoamento profissional no campo das tecnologias, estudando maneiras de dialogar estas ferramentas com cada tipo de cotidiano que os alunos possuem, por mais que ainda haja relutância de alguns profissionais, enxerga-se que estamos cada vez mais imersos nesse universo tecnológico. Na minha opinião, os órgãos públicos de ensino ainda têm falhado muito na capacitação dos profissionais e na estruturação das escolas, nesse sentido. Eu que sou do Rio de Janeiro, não tenho visto o esforço do estado em dialogar essas novas linguagens no cotidiano educacional e isso é realmente muito problemático. Mas nós como professores, precisamos pensar em medidas para conversar cada vez mais com a sociedade e o poder público, para transformar esse distanciamento entre esse mundo tecnológico e as didáticas presentes nas instituições de ensino. Espero ter te respondido, é uma pergunta que instiga um grande debate, então espero ter ajudado nas suas reflexões perante o texto. Muito obrigada! :)
ExcluirCamila dos Santos da Costa
Olá Camila e João Pedro, Parabéns pelo texto. Minha dúvida é em relação ao método histórico e as possibilidades de uso das TIC's, poderiam dar alguns exemplos de formas de como usar essas ferramentas em uma aula voltada a entender a historicidade e o trabalho do historiador-pesquisador?
ResponderExcluirOlá, Alesy! Obrigado pelo seu comentário em nosso texto! Primeiramente, para o uso adequado das TIC's, é necessário que o professor conheça o perfil de sua turma e entenda quais serão as práticas pedagógicas ideais, naquele contexto, para uma aprendizagem democrática e inclusiva, ou seja, que englobe todos os seus alunos. Desta forma, o docente respeitará o fato de que cada indivíduo entende o mundo de maneiras diferentes e aprende por processos pedagógicos múltiplos. No contexto do ensino de História, o educador deve sempre abrir suas aulas para o diálogo crítico, permitindo aos estudantes expor suas opiniões sobre os temas abordados, inclusive discutindo-os junto aos colegas de classe. Dito isto, as TIC's são instrumentos pedagógicos promissores no trabalho com as mais diferentes disciplinas, visto que estão presentes nas atividades diárias dos alunos. É importante que o professor explore com os educandos a possibilidade da pesquisa, tornando-os atores de seu próprio processo de aprendizagem. Primeiro, é preciso trazer este pensamento para suas aulas, fomentando a pesquisa por meio da leitura de artigos, de filmes, de vídeos no YouTube, mostrando aos alunos que eles também possuem a capacidade de pesquisar e criar seu próprio conhecimento. O professor torna-se um mediador neste processo, principalmente na orientação dos ambientes propícios e indicados à pesquisa e à busca por conhecimento. Por exemplo, o professor pode trabalhar um determinado conteúdo de História em sala de aula, para, seguidamente, pedir aos alunos que assistam a um determinado filme ou série ou até que leiam algum texto ou artigo on-line. Como atividade, pode sugerir que escrevam uma resenha crítica sobre as formas como o tema é abordado naquele audiovisual ou texto, pois, desta forma, o aluno precisará pesquisar mais sobre o tema nas plataformas digitais para elaborar seus argumentos na confecção de seu escrito. Como outra atividade, o professor pode pedir um seminário com o uso do Power Point ou na possibilidade de os alunos gravarem um vídeo explicando o conteúdo, inclusive até pedir que gravem um pequeno filme sobre aquele tema. Neste sentido, os alunos terão que ler sobre o assunto, pesquisar e trabalhar com os conteúdos e debatê-los com os seus colegas, para assim elaborar o seu trabalho. Uma terceira sugestão é que os alunos possam confeccionar uma página ou um site com seus textos e suas pesquisas sobre os determinados conteúdos históricos próprios de sua série. Entendo que reforçar o trabalho em grupo e a pesquisa em colaboração com os colegas é essencial, como também ensiná-los a organizar uma pesquisa de forma mais autônoma e individualizada. Neste sentido, o professor pode, a partir de uma aula, trazer todas essas sugestões para os alunos, mostrando-os na teoria e na prática que são capazes de pesquisar e de construir conhecimento, saindo daquela posição do ensino tradicional, de alunos que só ouviam o professor, para alunos que saibam debater e elaborar seus próprios argumentos. Todas essas ferramentas, como vídeos, criação de páginas na internet, a gamificação (que pode ser ideal se o professor soube trabalhar com jogos online, pois os alunos poderiam criar um jogo a partir de suas próprias pesquisas acerca de um conteúdo específico), as redes sociais e o audiovisual, são essenciais para a construção de um conhecimento ativo e de uma educação libertadora e democrática. Além disso, o educador necessita entender a realidade de sua escola, quais são as atividades possíveis de ser realizadas e que melhor atenderão as necessidades de seus alunos.
ResponderExcluirContinuando...
ExcluirDemonstrar aos alunos como trabalhar de forma consciente com as TIC´s e, ainda, como podem utilizá-las adequadamente para a pesquisa é muito importante para atestar que aprender pode ser divertido e edificante. Para trabalhar isso em uma aula específica, o professor pode mostrar que é possível fazer pesquisa através da elaboração de vídeos, páginas na web e jogos, por exemplo, e com a leitura de artigos e textos on-line também. Há, inclusive, sites de museus que permitem tour virtual, algo que seria ótimo trabalhar em uma aula de História como mais uma possibilidade de pesquisa. Há também sites de bibliotecas que disponibilizam seu acervo digitalizado. Acho que o educador pode demonstrar isso, trazendo todas essas possibilidades para a sala de aula, inclusive trabalhando-as com os estudantes, mas também deve permitir que os alunos levem isso para a prática na elaboração de suas próprias atividades e pesquisas com o uso das TIC´s.
Espero ter respondido sua pergunta. Mais uma vez, muito obrigado!
João Pedro da Silveira Guimarães
Boa noite, Camila e João Pedro!
ResponderExcluirReferente ao texto e seus bons temas apontados e esclarecidos, em uma perspectiva usual das TIC's, temos um ponto central entre nossa busca coletiva e individual, sendo assim, muito extenso e amplamente debatido em grupos acadêmicos.
Observando países que não prioriza uma educação tecnológica, encontramos alunos e educadores formulando hipóteses somente através do raciocínio lógico, utilizando uma pequena parcela de seu tempo ao referente assunto, ou tendo somente uma boa leitura e reflexão, é correto afirmar que existem estruturas abstratas que são alcançados pelos pensamentos obtidos através de memórias que carregamos e guardamos ao longo dos avanços das eras em nossa história tecnológica e artística primitiva/contemporânea?
Obrigado!
Rogério Barbosa Dos Santos
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ExcluirOlá, Rogério, agradeço a pergunta e sua interação conosco. Sua pergunta é bem complexa e muito pertinente. Existem diversos estudos acerca dos estudos das tecnologias, mesmo em países que não fomentam o estudo e a utilização acerca das tecnologias da informação, visto que, como você apontou, as tecnologias não são apenas as tecnologias digitais que são mais faladas nos dias de hoje. Mas desde a chamada "pré-história" o homem utiliza técnicas para aprenderem coisas que seriam necessárias para sua sobrevivência. Eu não sei dizer se existem estruturas mentais e fisiológicas que nos fariam acessar esse tempo tão longínquo da história humana, a ponto de fazer com que, na contemporaneidade, o homem acessasse características próprias daqueles período. Pois demandaria uma análise mais estruturalista, de profissionais antropólogos, linguistas, psicólogos. Creio eu que a história, sozinha não seria capaz de fazer um estudo tão longo das estruturas mentais. Obrigada!
ExcluirAss: Camila dos Santos da Costa