Maria Talia Cordeiro e Ernando Brito Gonçalves Junior

 

CINEMA E EDUCAÇÃO: POSSIBILIDADES E LIMITES


A utilização do cinema em sala de aula gera muitos debates em diversos aspectos pedagógicos. Essas discussões, quase sempre, são geradas devido à má utilização do cinema em sala, pois, muitas vezes, os filmes são utilizados para entreter os alunos quando algum professor ou professora faltam ou, ainda, sem o devido cuidado por parte do docente. Nesse sentido, nosso texto visa problematizar o uso do cinema em sala de aula, apontando algumas questões que devem ser levadas em conta quando pensamos em utilizar essa ferramenta pedagógica. Gostaríamos de salientar que esse texto faz parte de uma pesquisa em andamento que busca investigar como os filmes são utilizados na educação infantil em algumas escolas de um município do interior do estado do Paraná.

 

Os filmes, ao serem incorporados em nossa sociedade no final do século XIX e início do século XX, eram, quase sempre, pensados e produzidos com o objetivo de entretenimento, no entanto segundo alguns autores, como Carmo (2003), entendem o cinema como sendo dotados de uma cultura de massa voltados para os fins do capital. Neste sentido, segundo o autor o cinema é como uma “práxis social orientada pelo e para o mercado”. (CARMO, 2003, p. 85).

 

No entanto, as instituições de ensino podem utilizar o cinema como uma ferramenta que auxilie na emancipação política e humana dos educandos, pois, segundo Carmo (2003) “a escola (e outras instituições educativas) vai se apropriar desses produtos culturais para seus fins específicos”. (CARMO, 2003, p. 85). Por isso, o cinema pode se tornar uma ferramenta contra ideológica, sendo uma prática que irá produzir novos conhecimentos e possibilidades de transformação.

 

Desta maneira, o trabalho pedagógico desenvolvido pelo(a) professor(a) mediador(a) é muito importante, pois segundo Leite (2012) “o processo de mediação pedagógica é fundamental na relação que se estabelece entre o sujeito/aluno e o objeto de conhecimento/conteúdos escolares, lembrando que em sala de aula, o professor é o principal agente mediador, embora não o único” (LEITE.2012, p.6).  Neste sentido, compreendemos que o cinema utilizado de forma crítica pelos(as) educadores(as) problematizando-o, faz com que o educando experiencie o conhecimento e crie novas formas de ver o mundo.

 

Assim como afirma Carmo (2003), pois “aprender a ver cinema é realizar esse rito de passagem do expectador passivo para o expectador crítico” (CARMO, 2003, p. 77). Essa forma de aprender a ver cinema pode possibilitar aos educandos construir e ressignificar conhecimentos, não sendo um cinema que transmite uma mensagem pronta e acaba, mas sim, aquele que possibilita a reflexão, bem como a possibilidade de se reinventar, para que além de uma ferramenta contra a ideologia da cultura do capital imposta na sociedade, permita a emancipação ética e estética dos educandos.

 

É relevante destacar que neste trabalho estamos partindo da perspectiva de que os alunos e alunas são entendidas como sujeitos históricos sociais e produtores de cultura, ou seja, sujeitos ativos, que aprendem e também produzem novos sentidos a todo conhecimento, são indivíduos, segundo Duarte (2005):

 

“[...] que interagem de forma ativa, na produção dos significados das mensagens, ou seja, ele, sujeito expectador, não é vazio e tampouco tolo, pois suas experiências, sua visão de mundo e suas referências culturais interferem no modo como ele vê e interpreta os conteúdos da mídia (DUARTE apud. BALBINOT 2017, p. 275).”

 

Dessarte, com um maior desenvolvimento das tecnologias, o cinema passou a estar cada vez mais presente em nossa rotina adentrando todos os espaços sociais, inclusive as instituições educativas. Desta maneira, é imprescindível que seja debatido algumas questões que envolvem a temática, tais como: há relação entre o cinema e a educação? Quais os benefícios para a aprendizagem estabelecidos a partir dessa possível relação?

 

Ao incorporarmos o cinema em nossas práticas pedagógicas, como uma ferramenta para o ensino e aprendizagem, é aberto aos docentes um leque de possibilidades a ser explorada para o desenvolvimento integral dos educandos, pois o cinema é abrangente em diversos aspectos sociais, viabilizando o contato e reflexão crítica dos educandos sobre mundo a sua volta.  Desta maneira, salienta Duarte (2002) que, “ver filmes é uma prática social tão importante, do ponto de vista da formação cultural e educacional das pessoas quanto à leitura de obras literárias, filosóficas, sociológicas e tantas mais” (DUARTE apud ALMEIDA 2017, s.p.).

 

Compreendemos que o cinema é fundamental para a aprendizagem e a visão de mundo dos discentes, bem como, a ampliação da capacidade criativa dos mesmos, pois o cinema, neste caso, coloca-se na condição de arte, com conteúdo de importância cultural e formativa, tão relevante quanto as demais linguagens artísticas.

 

 No entanto, assistir filmes em instituições educativas não é a mesma coisa a assistir filmes em casa ou em outros espaços, pois nos espaços educativos, o filme estará dotado de intencionalidade pedagógica, buscando de forma didática aprendizagem e o desenvolvimento crítico do educando. Desta forma, o filme será pensado pedagogicamente, planejado e refletido pelo próprio educador antes mesmo do contato com os discentes.  Com isso destaca Napolitano (2009):

 

“Ver filme na escola não é como ver filme em casa e nem no cinema. O professor tem que pensar o seu uso. É um exercício de aprender a ver filmes, mas também de aprender a pensar sobre o mundo. O uso do filme na escola não pode partir só da subjetividade, do “eu gostei”, “é divertido”, “quero ver pancadaria”. Dessa forma os estudantes veem em casa. Na escola, o uso dos filmes precisa ter conotação didática (NAPOLITANO, 2009, p.23).”

 

Deste modo, compreendemos como é fundamental o planejamento do educador, já que o mesmo é o suporte para a prática em sala de aula, sendo imprescindível que este seja pensado de forma crítica de modo a garantir e efetivar ainda mais a aprendizagem de seus educandos. Com isso salienta BALBINOT (2017):

 

“[...] o professor, dentro de seu planejamento, precisa priorizar a utilização de recursos integrados com os conteúdos e deve estar comprometido em fazê-lo de forma responsável, oportunizando aos estudantes a visualização dessas obras em sua integralidade, para que o estudante não fique com a sensação de ter sido “enrolado”, descredibilizando o uso desse recurso. (BALBINOT; MIQUELIN 2017, p. 283).”

 

À vista disto Balbinot (2017) discute a questão de um planejamento responsável por parte do docente, ou seja, filmes devem ser planejados e que estejam realmente engajados com o aprendizado e desenvolvimento, que sirvam como suporte para a emancipação dos educandos e não somente como enrolação ou distração, em uma prática que não faça sentido na formação das crianças envolvidas.

 

Levando em consideração, a relação cinema e educação como benéfica ao desenvolvimento dos educandos, bem como uma prática social que abrange além das paredes da sala de aula, que possibilita aos educandos o encontro com novos conhecimentos, bem como, maior autonomia na criação de novos sentidos. Neste sentido, [...] a utilização do cinema surge não só como um recurso pedagógico de reflexão na sala de aula, mas também como um meio de múltiplas possibilidades de criação e de produção do saber. (SHEID apud BALBINOT; MIQUELIN, 2017, p. 285).

 

Segundo Silva (2012) o recurso cinematográfico proporciona inúmeros benefícios ao processo de ensino e aprendizagem, mas é preciso ressaltar o papel do professor que, além de mediador, precisa conhecer metodologia aplicada. Cabe ao docente estudar e encontrar o melhor meio de utilizar o recurso, analisando a faixa etária de suas crianças e encontrar formas de abordá-lo, sabendo diferenciar o que é proveitoso, para que a exibição, não se torne um mero passatempo e sim, ajude no crescimento e aprimoramento das práticas pedagógicas.

 

Napolitano defende que o uso do cinema em ambientes educativos oferece inúmeras vantagens ao trabalho pedagógico desenvolvido, pois no cinema, estão contidos inúmeros valores sociais, viabilizando para a escola possibilidades de práticas que levem ao conhecimento, diferentes, dos que está acostumada, proporcionando reflexão eminente. Com isso, salienta Napolitano (2003):

 

“Trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o fazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte. “Assim, dos mais comerciais e descomprometidos aos mais sofisticados e “difíceis”, os filmes tem sempre alguma possibilidade ao trabalho escolar.” (NAPOLITANO, 2003, p. 11).”

 

Compreende-se ainda a importância do cinema na escola como um todo, pois o mesmo, se tratando de uma ficção, uma representação da realidade pode servir à reflexão da própria sociedade, inclusive sobre a própria escola e suas práticas. Com isso, a escola possui a possibilidade de se reinventar, de criar novas formas de acesso ao conhecimento, transformando a mesma, ativamente, para além da reprodução sem sentido, ampliando a possibilidade de desenvolvimento dos educandos.  Desta forma Almeida (2001) justifica a importância do cinema na escola argumentando que:

 

“[...] é importante porque traz para a escola aquilo que ela se nega a ser e que poderia transforma-la em algo vívido e fundamental: participante ativa da cultura e não repetidora e divulgadora de conhecimentos massificados, muitas vezes já deteriorados, defasados [...]. (ALMEIDA apud NAPOLITANO, 2003, p. 12).”

 

Assim, compreendemos a possibilidade que o cinema representa, como agente mediador que pode auxiliar na transformação da postura da própria escola em relação à educação, proporcionando a mesma, a reflexão sobre sua postura muitas vezes passiva e possibilitando a sua emancipação ideológica, logo também, sendo a agente mediadora de transformação e da emancipação dos sujeitos educandos atendidos pela mesma.

 

Em relação à mediação do conhecimento proporcionada pelo educador e educadora, é fundamental, pois este deve pensar o uso do cinema a fim de fomentar a capacidade criativa dos educandos, bem como, a sua reflexão. Neste sentido, sempre dentro de seu planejamento o professor ao escolher utilizar o cinema, segundo Napolitano (2003), deve questionar-se sobre qual o uso possível deste filme? A que faixa etária e escolar ele é mais adequado? Como vou abordar o filme dentro da minha disciplina ou num trabalho interdisciplinar? Qual a cultura cinematográfica dos meus alunos? A fim de perceber a melhor forma de uso do mesmo.

 

Desta maneira, quando trabalhado o filme na escola, o professor ou professora, possui o papel de mediar o conhecimento, explorando mais a fundo as possibilidades a serem alcançadas com o filme, para além do conhecimento da cultura cotidiana do educando, onde o mesmo possa sentir familiaridade, bem como divertimento, mas também, possa experimentar o conhecimento de uma nova maneira, olhando o pelo viés da reflexão crítica. Por isso, a importância do professor mediador trabalhar com o cinema, pois segundo Napolitano ele:

 

“[...] deve propor leituras mais ambiciosas além do puro lazer, fazendo a ponte entre emoção e razão de forma mais direcionada, incentivando o aluno a se tornar um expectador mais exigente e crítico, propondo relações de conteúdo/linguagem do filme com o conteúdo escolar. (NAPOLITANO, 2003, p. 13).”

 

Essa articulação entre os filmes e o conteúdo a ser trabalhado é um fator de grande relevância. Pois o filme além do desenvolvimento do senso crítico proporciona o desenvolvimento de muitas competências e habilidades que ampliam ainda mais as capacidades dos educandos. Neste sentido, explicita Napolitano (2003), que essas habilidades, aprimoram a capacidade narrativa e descritiva; decodificam signos e códigos não verbais; aperfeiçoam a capacidade de crítica sociocultural e político ideológico, sobretudo em torno dos tópicos mídia e indústria cultural.

 

Ao docente utilizar os filmes em sala de aula, o educando e educanda poderá, fazer relações entre a sociedade e os sujeitos, de modo a identificar-se com aquilo que está assistindo, pois, em toda a sua vida, aquilo que vivencia em seu cotidiano passa a fazer parte da sua subjetividade e compor a identidade do indivíduo, por isso, o cinema é importante como ferramenta didático pedagógica, pois irá possibilitar que o mesmo se veja no centro do processo, analisando o cotidiano social em que está inserido, observando sua complexidade e multiplicidade. Neste sentido, Linhares e Ávila salientam:

 

“Trazer a discussão da relação do sujeito com a sociedade através do cinema permite de forma contundente ao professor penetrar na relação pedagógica das imagens e da comunicação enquanto formadora das subjetividades. Subjetividades que passam a ser percebidas, debatidas e refletidas a partir da complexidade e multiplicidade do lugar onde são construídas: o cotidiano. (LINHARES; ÁVILA, 2017, p. 96.).”

 

Neste sentido, o professor ou professora precisa estar preparado para trabalhar com o cinema, não o utilizando de forma inadequada, ou seja, não fazendo conexão do filme com o que se deseja desenvolver no aluno, bem como, utilizá-lo com como distração ou passa tempo, não contribuindo para um conhecimento aprofundado das crianças. Os filmes precisam ser planejados e organizados a fim de contribuir com o aprendizado dos educandos. Deste modo, afirma Duarte (2009), narrativas fílmicas falam, descrevem, formam e informam. Assim, portanto, os filmes não são recursos utilizados quando não se pode ou não se quer dar aulas. (DUARTE apud BALBINOT; MIQUELIN, 2017).

 

Novamente nos voltamos ao papel do professor mediador, pois a partir dele seguirá os encaminhamentos com o filme, será ele que proporcionará às crianças a oportunidade de uma leitura mais crítica do que está assistindo, para além do lazer e do passatempo, também que o filme em sala de aula ultrapasse o uso cotidiano reprodutor das mesmas leituras a que os mesmos já têm acesso. Portanto, afirma Napolitano (2003):

 

“[...] mesmo reconhecendo que o uso do cinema na sala de aula procura relacionar a escola à cultura cotidiana mais ampla, esse tipo de atividade não deve se diluir nela, apenas reproduzindo expectativas, formas e leituras que já operamos cotidianamente. Se fosse assim, a escola seria desnecessária. É preciso que a atividade escolar com o cinema vá além da experiência cotidiana, porém sem negá-la. A diferença é que a escola tendo o professor como mediador, deve propor leituras mais ambiciosas. (NAPOLITANO, 2003, p. 13).”

 

Pensando então, em trabalhar com o cinema da melhor forma possível, levando em consideração a realidade dos educandos e educandas, os seus interesses, os objetivos de aprendizagem que se deseja alcançar, bem como, despertar na criança uma leitura mais crítica do contexto cultural e histórico que está inserida, é relevante que o educador conheça as formas inadequadas de utilizar os filmes, de modo a não descredibilizar o uso desses tão importantes recursos. E assim, de acordo com Moran (2005), as formas erradas de se trabalhar com os filmes são denominadas:

 

“(I) Filme-tapa-buraco: quando falta professor, algumas vezes pode ser produtivo, mas, se utilizado com frequência desvaloriza esse recurso pedagógico; (II) Filme-enrolação: exibição do filme, sem articulação com o conteúdo, com o tempo do estudante percebe a enganação; (III) Filme-deslumbramento: o professor que descobre a facilidade de baixar filmes da internet e começa a exibi-los em todas as aulas, usando exageradamente; (IV) Filmes-perfeição: existem professores que questionam todos os filmes, por existirem problemas técnicos e erros de informação, sendo que essas dificuldades podem ser problematizadas e tornar a aula interessante; e (V) Filme-só-exibição: exibe os filmes sem discuti-los, sem integrá-los com os conteúdos das aulas. (MORAN apud BALBINOT; MIQUELIN, 2017, p. 281).”

 

Os filmes precisam ser trabalhados com um objetivo formativo pela escola, pensando em relacionar os conteúdos científicos com os mesmos, sendo assim, a criança precisa fazer relações socioculturais entre o seu cotidiano e o cinema e deste modo, será mais significativo para a sua aprendizagem, com isso, nos amparamos na Teoria da Aprendizagem Significativa de Ausubel, Novak e Hanesian (1980), que apresenta suporte epistemológico para um trabalho mais efetivo com o uso do cinema como contribuinte para a aprendizagem significativa.

 

E quando a aprendizagem é significativa? A aprendizagem se torna significativa, quando ela permite que a criança faça relações do novo conhecimento com aqueles que já possuí, sendo deste modo, mais facilmente assimilado. Assim, a Aprendizagem Significativa é importante, pois [...] o estudante consegue fazer relações significativas (derivativa, correlativa, sobreordena e combinatória) não arbitrárias tendo como ancorar o conteúdo, a ideia ou o tema proposto em conceitos já existentes nas estruturas cognitivas. (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN apud BALBINOT; MIQUELIN, p. 276.).

 

Com isso, é importante que compreendamos o conceito de Aprendizagem Mecânica, que também faz parte da Teoria da Aprendizagem Significativa. Deste modo, a aprendizagem mecânica acontece quando [...] o conteúdo, a ideia ou tema é relativamente isolado e relacionado nas estruturas cognitivas de forma arbitrária e literal, não permitindo relações significativas. (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN apud BALBINOT; MIQUELIN 2017, p. 276).  No entanto, convém salientar, que o nosso posicionamento diante da proposta de se trabalhar com o cinema como recurso pedagógico, é de que a aprendizagem seja o mais significativa possível, aproximando o aluno e aluna de sua realidade, do conhecimento cientifico e desenvolvendo-o nos aspectos éticos e políticos, a fim de que a educação contribua para a sua emancipação.

 

Assim, devemos compreender a relevância de um trabalho mediado pelo docente, de forma significativa. Sempre levando em consideração aquilo que a criança já sabe e buscando um contato mais profundo com os novos conhecimentos. Neste sentido, acreditamos que o cinema como recurso pedagógico auxilia na aprendizagem significativa, sendo mais efetivo para o desenvolvimento da criança, pois, como salienta Napolitano (2003), o uso do cinema em sala de aula (incluindo os desenhos animados) não é uma atividade isolada em si mesma, podendo estimular outros tipos de aprendizado de conteúdos, habilidades e conceitos. (NAPOLITANO, 2003).

 

Por fim, acreditamos que o cinema pode trazer muitas contribuições para a educação de maneira geral, entretanto, é necessário que o professor ou professora, esteja ciente de que algumas questões precisam ser levadas em conta, pois, para ser de fato uma ferramenta pedagógica, os filmes precisam ser pensados dentro do conteúdo que será trabalhando, é necessário conhecer o filme, olhá-lo de maneiro crítica, pensando seu contexto de produção, se é adequado para faixa etária do público alvo, bem como desenvolver atividades que apresentem uma relação clara entre o filme escolhido e o conteúdo em sala.

 

Referências biográficas

Dr. Ernando Brito Gonçalves Junior, professor da Universidade Estadual do Centro-oeste - UNICENTRO.

 

Maria Talia Cordeiro, estudante do curso de Pedagogia da Universidade Estadual do Centro-oeste - UNICENTRO.

 

Referências bibliográficas

ALMEIDA, Rogério de. Cinema e Educação: fundamentos e perspectivas. São Paulo - Educ. rev. vol.33 Belo Horizonte 2017 Epub Apr 03, 2017.

 

BALBINOT, Maria Edilce, MIQUELIN, Charlie A. Cinema e Educação: A relação entre o uso de filmes comerciais como recursos pedagógicos e a aprendizagem, pelas percepções dos estudantes. Revista Travessias, v. 11, n 2, 2017.

 

CARMO, Leonardo. O cinema do feitiço contra o feiticeiro. Revista Iberoamericana de Educação, Canoas, n. 32, p. 71-94, 2003.

 

LEITE, Sérgio. Afetividade e mediação pedagógica. In: Endipe - encontro nacional de didática e práticas de ensino, xvi., UNICAMP, Campinas, 2012.

 

LINHARES, Ronaldo Nunes, ÁVILA Éverton Gonçalves. Cinema e educação para além do conteúdo. Revista Tempos e Espaços em Educação, Sergipe, v.10, n. 21, p. 89-100, Jan/Abr. 2017.

 

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula.  São Paulo: Contexto, 2003.

8 comentários:

  1. Olá, professor Ernando e Maria! Parabéns pelo trabalho.
    Diante da importância de trabalhar com o cinema em sala de aula, gostaria de saber das possibilidades do uso de filmes em contexto de pandemia, uma vez que ainda estamos utilizando o ensino remoto (ao menos em grande parte do país) e o cinema pode(ria) ser trabalhado com os (as) alunos(as). Porém, não deixa de ser um desafio, visto que não temos a figura do(a) professor(a) para o auxílio, isso é, no momento do filme. Alguma sugestão de trabalho em contexto de pandemia? de atividades? ou ainda, cuidados e precauções?

    Agradeço desde já!

    Marcos Antonio Leite Junior

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    1. Olá Marcos Antonio Leite Junior
      Primeiramente gostaríamos de agradecer pela sua participação e interesse por nossa pesquisa. Neste sentido, compreendemos que mesmo de forma remota ainda há a mediação docente, pois o(a) mesmo(a), ao planejar uma atividade utilizando o filme como ferramenta pedagógica deverá assisti-lo e conhecerá os aspectos presentes no filme e desta forma, terá bem estabelecido se o mesmo vai ao encontro dos objetivos de aprendizagem a serem alcançados pelos alunos, organizando assim, uma metodologia que contribua para o uso correto do filme. Com isso, como salientado no texto, o professor deve ser um conhecedor da metodologia aplicada, podendo assim, mesmo de forma remota propor uma “leitura” do filme mais crítica, uma possibilidade de atividade com o mesmo é elaborar um roteiro para interpretação dos alunos, como por exemplo: analisar os principais personagens e suas características dramáticas; Mensagem principal da obra (desenvolvimento do roteiro, enredo, conceitos, valores culturais e ideológicos) e dentre esses aspectos propor outras atividades que contemplem e explorem, por exemplo: os figurinos, as músicas, a fotográfica e o enquadramento. Pode ainda, propor uma recriação desse filme a partir do ponto de vista dos educandos e suas realidades. Os cuidados e precauções são, sempre buscar interligar o filme trabalhado com o conteúdo e relacionando com a realidade dos educandos, bem como, cuidado com as linguagens e formas de expressão a quais faixas etárias estão relacionadas. Agradecemos por suas contribuições e esperamos ter sanado as suas dúvidas e lembrando que estamos à disposição.
      Atenciosamente
      Ernando e Maria Talia

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  2. Tema muito interessante! É fato que o cinema faz parte das práticas sociais e, portanto seu uso em sala de aula colaborará para a ampliação da cultura no âmbito educacional. Porém, no texto, as precauções sugeridas para a escolha do filme se concentra apenas na faixa etária e na adaptação do conteúdo, entretanto, sabemos que muitos filmes apresentam ideologias exclusivas e muitas são encontradas em filmes considerados ótimos. Como um docente pode ter esse senso critico ao selecionar um filme para seus alunos? Que método utilizar para avaliar se aquele filme possuí ideologias excludentes? Grata!

    Att.,
    Naiara Silva dos Santos.

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    1. Olá Naiara Silva dos Santos
      Agradecemos pela sua participação e interesse por nossa pesquisa! Em nossa concepção, o senso crítico deve acompanhar o docente desde a sua formação e deve ir sendo aprimorado cada vez mais por estudos, pesquisas e pela própria prática. Neste sentido, salientamos em nosso texto a importância do(a) professor(a) ter senso crítico e ser um conhecedor da metodologia aplicada, ou seja, ele(a)precisa saber como trabalhar com o cinema, precisa assistir, pesquisar e conhecer o filme, para que possa compreender quais são as concepções ideológicas, sociais e culturais presentes no mesmo, para então ser trabalhado em sala de aula como uma ferramenta pedagógica que deverá contribuir para a aprendizagem dos alunos. Quando o filme é trabalhado em sala de aula precisa sim estar atrelado aos conteúdos, pois ver filme na escola não pode ser como ver filme em casa. O filme na escola precisa ter um objetivo, pois se não vira passa tempo ou enrolação, não contribuindo de forma efetiva para a formação dos estudantes. Os métodos de análise do filme para serem utilizados em sala de aula vão depender de quais objetivos o professor tem a alcançar no desenvolvimento dos educandos, no caso, se o professor assistiu a um filme e percebeu que há uma ideologia excludente pode escolher analisar essa ideologia com os seus alunos relacionando com os conteúdos afim de gerar novos conhecimentos, ou simplesmente não utilizar esse filme, buscando por outro que esteja dentro do que busca desenvolver, por isso, salientamos que o filme deve estar adaptado ao conteúdo, pois na escola, ele tem função formativa buscando efetivar os objetivos de aprendizagem, servindo como uma ferramenta pedagógica para que isso aconteça. E quando falamos sobre passar filmes adequados a faixa etária é para que no momento do filme não ocorram cenas inadequadas, bem como, que as linguagens utilizadas favoreçam a aprendizagem dos educandos e seu entendimento. Agradecemos por suas contribuições e esperamos ter sanado as suas dúvidas e lembrando que estamos à disposição.
      Atenciosamente
      Ernando e Maria Talia

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  3. Parabéns pelo trabalho, o cinema se tornou tão presente em nossas vidas e de forma adequada, como colocou, pode muito bem ser usado no espaço escolar.
    Minha pergunta é a seguinte: como preparar o aluno para assistir o filme de forma direcionada? Principalmente no contexto pandêmico que nos encontramos, pois muitas vezes, mesmo que o professor se encontre preparado e tenha estudado a melhor forma de exibir o filme, o aluno o leva apenas como uma distração da aula.

    Novamente parabéns pelo trabalho.

    Maria Beatriz Guedes

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    1. Olá Maria Beatriz Guedes
      Gostaríamos de agradecer seus elogios e seu comentário. Sobre sua questão, acreditamos que a preparação do aluno para assistir um filme com um olhar mais crítico começa quando o professor ou a professora explicam toda a atividade que irá se desenvolver antes de assistirem o filme, ou seja, o docente deve apresentar para o aluno o filme, demonstrar qual é o objetivo daquela atividade, a relação do filme com o conteúdo e de que maneira as discussões que serão levantadas sobre o filme irão impactar no conhecimento construído pela disciplina. Dessa forma, quando os alunos e alunas forem assistir ao filme, eles já terão uma visão previa do objeto daquela atividade, ficando claro que não é um mero entretenimento, mas sim, uma atividade pedagógica.
      Novamente agradecemos suas contribuições e interesse em nossa pesquisa.
      Atenciosamente
      Ernando e Maria Talia

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  4. Parabéns pelo trabalho, o cinema é importante como ferramenta didático pedagógica, pois irá possibilitar que o aluno se veja no centro do processo, analisando o cotidiano social em que está inserido.
    minhas pergunta é: quais os cuidados e precauções que docente deve tomar na hora de direcionar um filme a seus alunos?

    Att Tamiris Oliveira Santos

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    1. Olá Tamiris Oliveira Santos
      Agradecemos seu interesse em nossa pesquisa e seus comentários. A respeito de sua pergunta, como discutido em nosso texto, o professor e a professora devem levar em consideração diversos aspectos no momento em que irá escolher um filme. Assim, o filme deve ter uma relação com o conteúdo que será abordado, pois, é de extrema importância que haja uma discussão do que foi assistido com alguns aspectos da disciplina. Além disso, é importante estar atendo a faixa-etária do filme e do público alvo, para evitar cenas ou diálogos que sejam impróprios para determinadas idades. Outro ponto que merece destaque são as condições técnicas para apresentar o filme, se a escola ou o ambiente possuem os equipamentos necessários para a exibição de um filme. É importante que o professor e a professora assistam o filme previamente, programe questões ou temas de discussão que serão debatidos em sala.
      Acreditamos que esses sejam alguns dos pontos que precisam ser levados em conta quando escolhemos um filme para ser trabalhado em sala de aula. Apenas com uma preparação e planejamento é que os filmes podem, de fato, serem trabalhados de maneira pedagógica e não apenas como mero entretenimento.
      Atenciosamente
      Ernando e Maria Talia

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