Maristela Sant’Ana de Oliveira

 

UMA “BELA E HIGIENIZADA CIDADE”: ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL DE PONTA GROSSA POR MEIO DO ÁLBUM DA CIDADE DE 1936

 

O texto apresenta um recorte da análise realizada na Dissertação de Mestrado, defendida em 2020, no Programa Mestrado Profissional em História da UEPG – Universidade Estadual de Ponta Grossa, em que se abordou o tema da História Local e o Ensino de História. Na pesquisa foram utilizadas fontes jornalísticas (uma série de crônicas) e fontes fotográficas (Álbum da Cidade), com o objetivo de discutir a respeito das representações de civilidade e modernidade construídas sobre a cidade de Ponta Grossa na década de 1930 e estabelecer uma proposta contemplando o uso de fontes no ensino de história e a história local por meio de textos e imagens. Nesse trabalho em questão, o objetivo é estabelecer uma proposta sobre a utilização da fotografia como fonte no ensino de História, mais especificamente na abordagem da História local, tomando como exemplo a cidade de Ponta Grossa, no Paraná, durante a década de 1930.

 

Desde o advento da Escola de Annales, a historiografia vem reforçando a importância do uso de fontes no estudo da História. De lá para cá só se fortaleceu a discussão sobre como os documentos se constituem objeto importante na compreensão do passado, não somente entre historiadores, mas no trabalho em sala de aula, como aliados fundamentais do processo de ensino e aprendizagem da História. O uso de documentos possibilita aos alunos a investigação do passado a partir da problematização das fontes, dos questionamentos que os mesmos possam colocar a elas. No trabalho com as fontes, segundo Caimi:

 

“é imprescindível o trabalho do professor e do aluno na problematização e significação dos documentos, utilizando-os de modo a extrapolar meras funções de ilustração, motivação, informação ou prova, ainda que estas possam ter relativa importância. O desafio é, tomando os documentos como fontes, entendê-los como marcas do passado, portadores de indícios sobre situações vividas, que contêm saberes e significados que não estão dados, mas que precisam ser construídos com base em olhares, indagações e problemáticas colocadas pelo trabalho ativo e construtivo dos alunos, mediados pelo trabalho do professor.” (CAIMI, 2008, p. 147)

 

Dentre as várias possibilidades do uso de fontes no ensino de história, optou-se pelo trabalho com as imagens fotográficas. A sociedade contemporânea vive mergulhada num mundo de forte apelo imagético. As mensagens decifradas pelas pessoas são muito mais visuais, imagéticas, do que escritas. E os alunos estão inseridos nesse universo visual que faz parte de seu cotidiano na atualidade.

 

A tecnologia de produção da fotografia deu um grande salto. Cotidianamente se posa para selfies, tiradas a todo instante por meio de smartphones que contam, muitas vezes, com excelente qualidade de imagens. Grande parte das pessoas com acesso a essa tecnologia gera inúmeras fotos e vídeos diariamente em seus celulares que, podem ser compartilhadas em redes sociais, arquivadas ou descartadas a qualquer momento. Vive-se na era do fotoshop, em que sofisticados programas de computadores ou aplicativos permitem que as imagens sejam melhoradas, alteradas, distorcidas a fim de agradar seu receptor. Todo esse avanço tecnológico fez com que caísse em desuso, nas gerações atuais, o ato de “revelar” ou imprimir as fotos. É muito mais comum que elas permaneçam arquivadas em meios digitais. Por esse motivo, só o fato de uma criança ou um adolescente visualizar uma foto antiga e se possível, manusear uma foto sobre um suporte de papel, já se configura uma novidade. Assim, perceber, através dessas fotografias como foi representada a cidade de um século atrás, a ocupação do espaço urbano, a vida social, econômica, cultural dessa cidade, constitui-se uma maneira privilegiada de aprendizado.

 

Acredita-se que o contato com imagens da cidade produzidas há mais de um século permitem ao aluno compreender parte do processo de formação do desenho urbano de sua cidade, identifique locais pelos quais ele costuma passar, estabeleça conexões entre o passado e o presente do lugar em que ele vive. Essa análise pode ser amparada pelo diálogo com outras fontes, caso o professor opte por essa metodologia, porém, as fotografias constituem-se fontes ricas e prazerosas de análise por si sós, desde que observadas informações como autoria, contexto e técnicas de produção, por exemplo. As imagens não devem ser pensadas somente como ilustração ou confirmação de um texto escrito, mas a partir dos sentidos que ela, em si, oferece sobre uma determinada realidade passada. Nesse sentido, Ana Valeria de Figueiredo da Costa afirma que:

 

“uma imagem nunca é inocente retrato desprovido de significação. É documento sócio-histórico de uma época, de um lugar, de um grupo social, atestado de usos e costumes. É formadora de identidades que se constroem no cotidiano. Partindo desse pressuposto, investigar imagens é construir um discurso visual de um determinado tempo-espaço, com uma história prenhe de significações explícitas, tanto quanto simbólicas” (COSTA, 2008, p. 15)

 

Dessa maneira, as fotografias analisadas devem ser investigadas a partir da concepção de que o objetivo da foto era cristalizar, deixar para a posteridade uma determinada imagem, guardar uma memória do objeto fotografado, e é, portanto, carregada de significações. É necessário lembrar ainda que a imagem é um instrumento que faz uma representação do real. Não é a realidade que se expressa no papel fotográfico, mas uma fração do que foi real, em um tempo passado que não pode mais ser alcançado, mas que está cristalizado na fotografia. Porém, essa fração de realidade, embora pareça ao leitor que é real, já que está ali, diante dos seus olhos, é fruto de uma construção que envolve o momento, o fotógrafo e a técnica responsável pela elaboração da imagem.

 

Na pesquisa desenvolvida, a proposta foi a utilização das fotografias de uma fonte específica. Tratava-se de um Álbum da cidade de Ponta Grossa, produzido em 1936, por encomenda do prefeito da cidade, Albary Guimarães. Além das fotografias, produzidas, senão em totalidade, ao menos em sua maioria pelo fotógrafo Ewald Weiss, o Álbum também tinha algumas ilustrações e textos informativos sobre o defendido avanço econômico, social e cultural da cidade, sobretudo durante a gestão do então prefeito. Foram incluídas no Álbum mais de trezentas fotografias que contemplavam diferentes paisagens do universo rural, prédios de indústrias, casas comerciais, clubes esportivos e recreativos, instituições escolares, hospitalares, religiosas, praças e ruas da cidade. Todas essas imagens apresentadas como reflexo do desenvolvimento e progresso supostamente vivenciados pela cidade ao longo de sua existência. Muitas cidades, em algum momento ao longo de sua história, publicaram seus Álbuns Fotográficos. Sobre essa prática de reunir fotografias em álbuns de cidades, Zita Possamai destaca que:

 

“A fotografia opera de forma fragmentária e descontínua, seria impossível então resumir ou condensar os diferentes espaços numa só foto. Assim, ao colocar várias fotos num único lugar, como o álbum, cria-se a possibilidade de um continuísmo, criando a ilusão de que a grandiosidade da cidade se encontra ali de forma total, completa”. (POSSAMAI, 2005, p. 139)

 

Assim, portanto, criava-se a ideia de que toda a cidade cabia naquele Álbum, ou pelo menos, os aspectos da cidade que eram considerados dignos de estarem ali representados. Além disso, no seu próprio propósito, o álbum traz elementos que atuam como transmissores de determinadas concepções a respeito de seu conteúdo, como a noção de ordem, de verdade (que está contida nas fotografias), de beleza, expressa também nas imagens, enfim, de construção de uma cidade idealizada. Esse conjunto de elementos explica, em grande parte, as intenções que permeavam sua elaboração. Ao encomendar a produção de um Álbum da cidade, certamente o prefeito Municipal tinha consciência do poder que as imagens constantes ali exerceriam sobre seus leitores, sobretudo se considerarmos que havia uma forte tendência pra se pensar as imagens como espelhos da realidade.

 

Por limitação de tempo e pelo recorte temático, foram selecionadas na pesquisa prioritariamente imagens que se referiam ao espaço urbano da cidade, colocadas no Álbum em páginas específicas, na categoria “Urbanismo”. Essas fotografias retratavam a paisagem urbana da cidade, sobretudo as ruas mais movimentadas, mais largas, praças remodeladas e arborizadas, destacando a presença de construções maiores, com dois ou três pavimentos, prédios comerciais, industriais, além da estação de trem, importante referência para a cidade naquele momento, já que Ponta Grossa atuava então como um grande entroncamento ferroviário ligando o sudeste ao sul do país. O conjunto de imagens elencados nessa temática buscavam construir certas representações sobre a cidade, divulgar visões sobre ela, criar o imaginário de uma cidade bela e higienizada, em que os ideais de modernidade e civilidade estariam presentes, buscando assim estabelecer determinados modelos que deveriam ser seguidos. De acordo com Sandra Pesavento:

 

“[...] o imaginário – este sistema de ideias e imagens de representação coletiva que os homens constroem através da história para dar significado às coisas - é sempre um outro real e não o seu contrário.  O mundo, tal como o vemos, apropriamo-nos e transformamos é sempre um mundo qualificado, construído socialmente pelo pensamento. Esse é o nosso ‘verdadeiro’ mundo, mundo pelo qual vivemos, lutamos e morremos. O imaginário existe em função do real que o produz e do social que o legitima, existe para confirmar, negar, transfigurar ou ultrapassar a realidade. O imaginário compõe-se de representações sobre o mundo do vivido, do visível e do experimentado, mas também sobre os sonhos, desejos e medos de cada época, sobre o não tangível nem visível, mas que passa a existir e ter força de real para aqueles que o vivenciam.” (PESAVENTO, 2006, p. 50)

 

As fotografias presentes no Álbum não foram selecionadas aleatoriamente, foram resultado de um trabalho de escolhas que tinham um objetivo específico junto ao seu público. Não se pode ignorar que havia um propósito por parte dos grupos que estavam no poder, de criação e incorporação de alguns padrões de comportamento por parte da população, criando assim um sentimento de identificação e pertencimento a esses modelos. Durante a década de 1930, assim como outras cidades do Brasil, Ponta Grossa passou por várias obras de reordenamento urbano, com o remodelamento de várias praças, alargamento e pavimentação de ruas. Segundo Micael M. Herschmann e Carlos Alberto Masseder Pereira, áreas como a medicina, educação e engenharia, sobretudo nas décadas de 1920 e 1930, adotaram medidas que buscavam implantar no Brasil os princípios de higiene, ordem, sanitarismo, educação, dentro do que se entendia por um mundo da modernidade e do progresso. Segundo os autores:

 

“A reformulação do espaço urbano foi uma das estratégias adotadas por este Estado, no início do século XX. A cidade, com sua organização físico-espacial, seus rituais de ‘progresso’ – como no caso das exposições nacionais e internacionais – passa a ter um caráter pedagógico. Torna-se símbolo por excelência de um tempo de aprendizagem, de internalização de modelos. Assim, quando estes especialistas-cientistas se propunham a reformar, organizar, mesmo em nível superficial, a esperança que tinham era de que essa projeção externa, pública, citadina, pudesse atingir e orientar os indivíduos. (HERSCHMANN; PEREIRA, 1994, p. 27)

 

Nessa perspectiva, acredita-se que as imagens exprimiam discursos semelhantes aos mencionados por esses autores.   As fotografias do Álbum divulgavam imagens de uma cidade bonita, limpa e que investia em obras que melhorariam ainda mais o espaço, como canalização de arroios, pavimentação das ruas e arborização das praças, representando uma cidade que não comportava o que não fosse compatível com ela, ou seja, o que era feio, sujo, o que cheirava mal, e que, portanto, não eram dignos de serem lembrados naquela publicação. Entretanto, cabe questionar-se sobre a quais pessoas essas obras de fato atendiam. Quem, por exemplo, teve acesso a pavimentação na rua de sua casa e assim pode usufruir de sistema saneamento criado? Qual parcela da população deixaria de sujar seus sapatos de lama? A cidade não tinha outros espaços que precisavam de reparos e investimentos? Onde estava a cidade da periferia, das ruas estreitas, das casas que estavam fora dos padrões estéticos pretendidos? Estes são alguns exemplos de questionamentos que devem ser colocadas quando da análise das imagens impressas no Álbum.

 

A imagem inserida abaixo é uma das fotografias presentes no álbum analisado. Ela mostra uma das áreas centrais da cidade e uma rua entre as mais movimentadas naquela época e mesmo atualmente. Na imagem foi clara a intenção do fotógrafo em enfatizar o monumental prédio construído ali, posicionando a câmera defronte ele, mas a certa distância de maneira a capturar toda sua extensão, que se agigantava ainda mais se comparada com o espaço ao redor. Esse, certamente era um dos maiores prédios da cidade naquele período. No espaço da Praça, não havia construções visíveis, nem árvores, somente algumas carroças posicionadas. Se olharmos com atenção, se percebe a presença de uma pessoa apoiada numa delas, quase imperceptível, diminuta diante da grandeza do prédio ao fundo.

 

Rua Augusto Ribas. Fonte: Álbum de Ponta Grossa de 1936

 

Ao longo da rua, nota-se a presença de alguns automóveis (símbolos exímios de modernidade naquela época), outras carroças próximas ao meio fio e algumas pessoas na frente da porta de entrada do estabelecimento. Outro destaque fica por conta dos postes de iluminação, que se impõe na imagem, e se estendem a perder de vista, sugerindo que, em mais este espaço da cidade, as noites não tinham mais a mesma escuridão e já não causavam medo.

 

O Álbum vinha carregado de fotografias como esta, com múltiplas formas de análise e questionamentos. Dentre as possibilidades estão a de inserir a discussão sobre o tema da modernização de cidades brasileiras no final do século XIX e início do século XX, relacionando ao contexto local ponta-grossense; a discussão sobre a própria história local, tão importante para o aluno, pois favorece a compreensão de processo histórico na medida em que aproxima o conteúdo trabalhado da sua realidade.

 

Do ponto de vista metodológico, as abordagens podem ser feitas partindo do tempo presente, levantando questionamentos sobre os espaços que os alunos conhecem da cidade em que moram para então dialogar com as representações desses mesmos espaços no passado. O trabalho pode incluir, na medida do possível, oficinas de produção de fotografias com visitação aos mesmos espaços contemplados nas fotografias antigas. Enfim, há um leque de possibilidades que podem ser exploradas pelo professor, sem esquecer-se de que é fundamental que o mesmo conduza seu trabalho de maneira que os alunos consigam perceber questões envolvidas em todo o processo de produção, circulação e recepção dessas imagens no período em que foram produzidas e mesmo atualmente, como objeto de estudo. Compreender como, quando, quais objetivos que permearam a produção das fotografias impressas no Álbum são questões essenciais para que o trabalho cumpra seu objetivo e permita ao aluno tratar tais fontes de maneira crítica, problematizando-as, permitindo que o conhecimento histórico produzido faça sentido para ele.

 

Referências biográficas

Maristela Sant’Ana de Oliveira é Mestra em Ensino de História pelo Programa Mestrado Profissional em Ensino de História pela UEPG-Universidade Estadual de Ponta Grossa. Atua como professora de História na Rede Estadual de Ensino do Paraná

 

Referências Bibliográficas

CAIMI, Flavia Eloisa. Fontes históricas na sala de aula: uma possibilidade de produção de conhecimento histórico escolar? Revista Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28, p.129-150, dez. 2008.

 

COSTA, Ana Valéria de Figueiredo. Imagens Fotográficas de Professoras: uma trajetória visual do magistério em escolas municipais do Rio de Janeiro no final do século XIX e início do século XX. 2008. Tese (Doutorado em Educação) - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2008. Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/12305/12305_1.PDF. Acesso em: 20 nov. 2018.

 

HERSCHMANN, M. M.; PEREIRA, C. A. M. (org.). A invenção do Brasil moderno: Medicina, educação e engenharia nos anos 20 – 30. Rio de Janeiro: Rocco, 1994.

 

PESAVENTO, Sandra Jatahi. Cultura e representações: uma trajetória. Anos 90, v. 13, n. 23/24, p. 45-58, jan./dez. 2006. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/anos90/article/view/6395. Acesso em: 06 mar. 2019.

 

POSSAMAI, Zita Rosane. Cidade Fotografada: Memória e esquecimento nos álbuns da cidade: Porto Alegre, décadas de 1920 e 1930. 2005. Tese (Doutorado em História) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/2/browse?value=Possamai%2C+Zita+Rosane&type=author. Acesso em: 01 jun. 2018.

4 comentários:

  1. Olá Maristela! Quando vi seu texto fiquei muito feliz por saber que era uma pesquisa sobre Ponta Grossa, a cidade aonde eu moro, e mais ainda por saber que você estudou na UEPG, pois é a universidade que eu estudo.
    Parabéns pelo seu texto, muitas reflexões importantes e pertinentes, fiquei com vontade de ler sua dissertação de tão legal que é sua pesquisa.
    Gostaria de saber como você chegou até o Álbum de Ponta Grossa de 1936? Aonde o encontrou, pois é uma lembrança muito preciosa da nossa cidade, e quais foram seus critérios na escolha das fotografias?

    Desde já agradeço!
    Mirielen Machado Rodrigues

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  2. Oi Mirielen!
    Que bom encontrar alguém que além de compartilhar o gosto pela História ainda compartilha da mesma cidade e Universidade que eu!
    Obrigada pelos comentários elogiosos do texto e do tema!
    Sobre como cheguei até o Álbum, é uma história um pouco longa. Logo no início da pesquisa decidi pelo uso das fotografias. O caminho da foi me levando até outras fontes, como as crônicas e outros documentos da mesma década, de 1930. A princípio, tomei contato com uma cópia do Álbum através do orientador do início da pesquisa, Niltonci Chaves e depois, com um exemplar pertencente ao professor que me orientou até o final da pesquisa, Marco Stancik. Esse exemplar foi digitalizado e se tornou minha fonte. Sei que no Museu Campos Gerais também há um exemplar.
    O Álbum tinha muitas imagens disponíveis, então optei pelas que tratavam da temática do espaço urbano, pois eram mais apropriadas para dialogar com as crônicas Problemas Citadinos, do jornal Diário dos Campos, que foram outras fontes que analisei.
    Como a discussão se deu em torno das representações sobre o ideal de modernidade e civilidade que se buscou criar sobre a cidade, e os elementos e situações que não se adequavam a esse ideal, as fotografias urbanas tinham maior relação.
    Espero ter conseguido responder sua questão da melhor forma.
    Ah, a dissertação encontra-se disponível no Banco de Teses da UEPG, caso queira dar uma olhadinha.
    Sucesso em sua caminhada acadêmica!

    Att,
    Maristela Sant'Ana de Oliveira

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  3. Olá Maristela,

    É instigante ver trabalhos com análise de imagens, especialmente as que envolvem os processos de urbanização do ínício do século XX.
    Na análise do álbum é possível perceber tentativas de aproximação ou destaque no cenário Nacional? Foi citado o exemplo das linhas férreas, mas os textos também apresentam estas inclinações?

    Sobre o uso no ensino: essas imagens são reproduzidas ainda hoje nos materiais de divulgação/educação da Prefeitura ou há outras referências da cidade?

    Att.,
    LUCAS SANTOS

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  4. Olá Lucas!
    Agradeço suas colocações sobre o texto!
    Sobre seus questionamentos, o Álbum em questão faz referência às linhas férreas, sobretudo porque a cidade de Ponta Grossa era, e ainda é, um forte entroncamento ferroviário que liga litoral e o sudeste ao sul do país. A estação de trem da cidade aparecia em várias fotografias do Álbum e os textos contidos nele também reforçavam isso. A Ponta Grossa do Álbum é uma cidade desenvolvida, progressista, civilizada, dentre outros motivos, pela presença da ferrovia. Ela fazia o comércio urbano e do interior crescer, ela trazia visitantes de diferentes origens para visitar a cidade e os autores do Álbum reforçam essa suposta posição de destaque no cenário estadual e nacional conferido a Ponta Grossa naquele momento.
    Sobre as imagens presentes no Álbum, muitas continuam sendo veiculadas em diferentes materiais, não necessariamente pela Prefeitura, mas fazem parte da memória coletiva dos ponta-grossenses e costumam ser utilizadas em publicações referente à história da cidade, por exemplo. Entretanto, a elas somam-se outras referências que se constituíram ao longo do tempo.

    Att.,
    Maristela Sant'Ana de Oliveira

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