Sebastiana Valéria dos Santos Moraes

 

A AUDIODESCRIÇÃO COMO PROPOSTA DIDÁTICO-METODOLÓGICA NO ENSINO DE HISTÓRIA PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NO CONTEXTO EDUCACIONAL REMOTO


 

Introdução

Este texto está atrelado a uma pesquisa em andamento desenvolvida no âmbito do Mestrado Profissional em História (ProfHistoria) da Universidade do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA). O estudo tem como objetivo principal contribuir para o debate historiográfico do ensino de História envolvendo as Tecnologias Digitais na perspectiva da educação inclusiva e abrange um processo de elaboração e desenvolvimento de uma proposta didática e pedagógica com orientações metodológicas para o ensino de História em salas regulares do Ensino Fundamental II. A inclusão certamente é um desafio social e educacional em nosso país. É latente e urgente principalmente porque o debate acerca da educação inclusiva em nosso país é notoriamente recente e durante séculos em diferentes espaços geográficos as pessoas com deficiência foram invisibilizadas e o capacitismo imperou (impera) a ponto de serem abandonadas e exterminadas.

 

Nas últimas décadas o discurso de inclusão escolar tornou-se rotineiro, assumindo um status de privilegio em cursos de especialização, jornadas pedagógicas, formações continuadas e afins, o que não significa dizer que esse status transformou a teoria em pratica de sucesso. Passado mais de vinte anos da Declaração de Salamanca (1994) que instituiu os princípios, políticas e práticas da educação especial, além da legislação vigente no Brasil como a Constituição Federal de 1988, a Lei de Diretrizes e bases da Educação Nacional (LDBN), Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), decretos, portarias e resoluções o que se percebe é um distanciamento entre a literatura, discurso e pratica diária no “chão da escola”, dentro dos espaços educacionais. Não basta só criar leis, decretos, declarações, pareceres etc., é preciso concretizar seus objetos e metas para que a educação inclusiva seja uma realidade nítida e não uma fotografia esmaecida.

 

É inegável que avanços aconteceram, principalmente a acessibilidade arquitetônica, com a construção e reforma de instituições de ensino com rampas de acesso, pavimentos táteis, portas mais largas, banheiros com assentos diferenciados, salas multifuncionais e afins conquistas fomentadas e asseguradas pela Lei 10.098, de 19/12/2000. Essas conquistas e avanços no trato pedagógico no chão da escola, no dia a dia de sala de aula já se apresentam menos vívidas. Saviani (2001) formula o conceito de que o professor é um facilitador do ensino e da aprendizagem dos alunos e sendo ele esse facilitador é necessário que sua prática seja constantemente revisada, avaliada e aprimorada para que ele possa se adequar às mudanças e realidades do tempo presente, por exemplo. Essa mesma constatação é apoiada pelos escritos de Mantoan (2006) e Carvalho (2004) e para a efetivação de uma educação inclusiva é fulcral que os docentes estejam em constante aperfeiçoamento.

 

Grande parte dos profissionais da educação demonstram e afirmam em rodas de conversa possuir poucas habilidades ou nenhuma para o desenvolvimento de um ensino transformador na vida dos alunos com deficiência e ainda assim classificam suas instituições de ensino como inclusivas. E apesar das diversas dificuldades apresentadas pouco se questiona os currículos, os métodos de ensino e afins. Nas palavras de GLAT; BLANCO (2007):

 

“Embora as escolas privilegiem um discurso de aceitação à diversidade, na prática não se modificam para dar conta das especificidades de aprendizagem e desenvolvimento de todos os alunos, deixando aos profissionais e professores dos serviços de apoio especializado, a responsabilidade pela resposta educativa a ser dada àqueles que apresentam necessidades educativas especiais”. (GLAT; BLANCO, 2007, p. 24).

 

No geral a pessoa com deficiência é um mero número nas salas de aulas regulares. Oferecer acesso e não desenvolver um ensino que potencialize as habilidades, conhecimentos e competências dos educandos de nada ou pouco vale. Mas como desenvolver um ensino transformador para alunos com deficiência visual (DV) inseridos em salas regulares no contexto educacional remoto mediado por mídias? Como explicar conteúdo de história para deficientes visuais? Qual ou quais metodologias usar?

 

A pessoa com deficiência visual, ensino de história e a educação inclusiva

A priori é importante saber quem é considerado deficiente visual (DV) no Brasil. De acordo com o Decreto 3.298, de 20/12/1999, pessoa portadora de deficiência é aquela que apresenta, em caráter permanente, perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal. É considerada pessoa com deficiência visual quando apresenta acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência simultânea de ambas as situações (art. 3º, I e II, combinado com art. 4º, III). O deficiente visual pode ser cego ou possuir baixa visão.

 

Segundo dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, 18,6% da população brasileira possui algum tipo de deficiência visual. Desse total, 6,5 milhões apresentam deficiência visual severa, sendo que 506 mil têm perda total da visão (0,3% da população) e 6 milhões, grande dificuldade para enxergar (3,2%), dessa totalidade o número de pessoas com deficiência visual que estão em idade escolar e frequentam escolas regulares é diminuto, cerca de apenas 0.8%.

 

No Brasil a década de 80 e os anos subsequentes apresentam-se como um marco importante a respeito do ideário inclusivista com a fomentação de cobranças sociais advindas de movimentos sociais e políticos nacionais e internacionais. No âmbito político a bandeira salvacionista direcionava os debates (Bezerra e Araújo, 2013) e a educação servia como bandeira neoliberal. Sustentada nos princípios de equidade e em defesa de um mundo mais justo onde as diferenças não sejam razão para que as pessoas deixem de usufruir de seus direitos, a perspectiva atual de deficiência, avançou-se na efetividade de algumas políticas e regulamentações legais que têm determinado o direito do aluno com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidades/superdotação de aprenderem juntos com os demais alunos e receberem os serviços em educação especial nas escolas regulares, em salas de recursos multifuncional (BRASIL, 2008). Nesse contexto pró-inclusão, os alunos com deficiência visual requerem um conjunto de serviços especializados, recursos e tecnologias assistiva capazes de mediar o ensino na perspectiva inclusiva.  No ensino de História o trabalho pedagógico com alunos com deficiência visual demanda um olhar atento e minucioso no que se refere à transversalidade da educação especial.

 

Recentemente os profissionais da educação e a comunidade escolar em geral foram aguilhoados para uma adaptação e inovação à sua rotina de trabalho e estudo devido à pandemia do Covid-19. Muitos viviam suas vidas tranquilas e suas rotinas seguiam o roteiro proposto, as aguas de março estavam prestes a cair para fechar o verão e em muitas instituições de ensino o cronograma apontava para o fechamento do primeiro bimestre de 2020 quando tudo mudou. Aulas transmitidas via internet em tempo real, alunos estudando por smartphones, tablet’s e notebooks? Coisa do futuro?!. Eis que o vislumbrado para um futuro distante chegou e com o “futuro presente” ultrapassar e vencer novos desafios tem sido a única opção. Novos debates, estudos e propostas para o ensino de história estão no centro das discussões acadêmicas, assim como tem acontecido na esteira da história da educação ao longo de sua trajetória.

 

Segundo Bittencourt (2011) as décadas finais do século XX principalmente a partir de 1980 foi palco de intensos debates, análises e pesquisas a respeito do ensino de História, e o que era notório é que o que se convencionou a chamar de história tradicional ainda era o principal meio de difusão do conhecimento histórico nos estabelecimentos de ensino superior e espaços escolares de ensino básico. Os grandes heróis e seus feitos, a busca pela construção de uma identidade nacional espelhado ao que fizeram os franceses era o retrato do ensino de história em nosso país, dentro ou fora das paredes da sala de aula. Com todas as transformações ocorridas nas últimas décadas a Historiografia tornou-se cada vez mais polissêmica e essa multiplicidade trouxe novos desafios e campos de pesquisa para os profissionais da área, como por exemplo a Historiografia ou História digital ainda que segundo Anita Lucchesi (2014) não exista um consenso na historiografia sobre a definição de Historiografia ou História Digital é indiscutível que este campo vinculado ao ciberespaço (espaço de comunicação virtual) está presente em nosso dia a dia em todos os níveis de educação em História e demais áreas.

 

O cenário atual nos incita a “ser tecnológicos” pois o nosso público, em sua maioria, é formado por nativos digitais (termo criado pelo norte-americano Marc Prensky) e até as ciências auxiliares do campo historiográfico ganhou novos parceiros como por exemplo: a tecnologia da informação, com programadores de bancos de dados, desenvolvedores de softwares, especialistas em websites. Os diários são online, as tendências de gameficação do/no ensino são reais, lecionamos de forma remota mediada por tecnologias, aplicamos testes, quizz e até o principal exame de acesso ao ensino superior do Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM teve uma versão digital. Ser e fazer parte desse mundo digital já não é uma escolha, é imprescindível.

 

A internet que surge em meio a disputas ideológicas entre Estados Unidos e a extinta União Soviética no contexto da Guerra fria pelas mãos de cientistas norte-americanos em 1967 se expandido em seu solo produtor para fins comerciais por volta de 1987 chega ao Brasil comercialmente somente em 1995. No ano seguinte em 20 de dezembro de 1996 era publicada e institucionalizada LEI No 9.394, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN que em seu corpo jurídico determina uma educação de qualidade em todos os aspectos, sendo a educação um direito social indispensável, assegurado nos arts. 6º e 205 da legislação suprema do Brasil.

 

Entretanto ao nos depararmos com a especificidade do ensino mediado por tecnologias, e o ensino remoto implantado na maioria dos estados e municípios brasileiros devido a pandemia do Covid-19 o que percebemos é uma ausência de democratização do ensino, um certo despreparo de grande parte dos profissionais da educação para lidar com mídias digitais e um quase total esquecimento de grupos específicos como indígenas, comunidades periféricas e ribeirinhas quilombolas e discentes da educação especial. Todavia esta realidade de esquecidos e a existência de um ensino com pouca qualidade não são exclusivos do atual contexto, infelizmente esse é um retrato envelhecido afixado no memorial da educação brasileira.

 

O ensino mediado por mídias digitais no contexto educacional remoto e a Audiodescrição como estratégia de ensino para alunos com deficiência visual

As aulas remotas realizadas no contexto da pandemia do coronavírus são atividades de ensino mediadas pela tecnologia ou não, na impossibilidade da realização de aulas presenciais, mas que se orientam pelos princípios da educação presencial. Na prática, o ensino remoto mediado por tecnologias é feito por um professor que ministra aulas, sejam elas ao vivo ou gravadas, por meio de videoconferência ou recurso similar seguindo o tempo de aula igual ou próximo ao estipulado no modo presencial normal, em contra turno organiza atividades a serem impressas para alunos que não possuem acesso a internet. No geral acontecem atividades assíncronas (aquelas que não precisam de conexão simultânea em tempo real) e síncronas (atividades em tempo real). Porém a concentração, os recursos tecnológicos e pedagógicos para desenvolver essas aulas tornam-se extremamente cansativos, rotineiros e por vezes inviáveis. Nesse ponto concordamos com os estudos do neuroeducador espanhol MORA (2013) que argumenta que a educação pode ser mais eficaz reduzindo o tempo das aulas para que desta forma os alunos consigam manter atenção. Autor de Neuroeducación. Solo se puede aprender aquello que se ama (Neuroeducação. Só se pode aprender aquilo que se ama) também desenvolve estudos que contemplam estratégias de ensino eficazes e afirma que o professor deve sair da monotonia, aguçando a curiosidade de seus alunos com perguntas norteadoras, frases chocantes entre outras estratégias.

 

É preciso aguçar a emoção do discente e com isso possibilitar o seu crescimento pessoal, desenvolvendo suas potencialidades e autorrealização, como também é proposto pela teoria humanista do historiador e psicólogo ROGERS (1985) e em si tratando dos alunos com deficiência isso não é diferente, como postulava VYGOTSKY (1997) ao defender e comprovar que a deficiência não é impedimento para a aprendizagem. Em salas regulares, a audiodescrição para alunos com deficiência visual, para além de estratégia de ensino e inclusão é uma demonstração de respeito que certamente contribuirá para a inserção efetiva do aluno DV e no contexto do ensino remoto é fundamental e necessário para que a aprendizagem em seu sentindo mais amplo ocorra.

 

A audiodescrição é um recurso que traduz imagens em palavras, permitindo que pessoas cegas ou com baixa visão consigam compreender conteúdos audiovisuais ou imagens estáticas, como filmes, fotografias, peças de teatro, entre outros e apesar de ser um recurso destinado ao aprendizado de pessoas com deficiência visual ele contribui para o esclarecimento de outros grupos como as pessoas com dislexia, deficiência intelectual e idosos por exemplo. Nas redes sociais além da audiodescrição o uso de hashtags como #pracegover ou #pratodosverem com descrições de imagens para tornar a internet mais acessível é utilizado por perfis diversos como o de famosos, em Ig’s educativos e comunidade geral do Instagram, por exemplo. A Audiodescrição é inclusive uma profissão. O audiodescritor desde 2013 é registrada na CBO – Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho. De acordo com Motta (2010) a audiodescrição:

 

“Transfere imagens da dimensão visual, por meio de informação verbal e sonora, ampliando, desta forma, o entendimento e provendo o acesso à informação e à cultura, possibilitam que pessoas com deficiência visual assistam a peças de teatro, programas de TV, filmes, exposições e outros, em igualdade de condições com as pessoas que enxergam, o que nos remete a ideia de acessibilidade cultural. A audiodescrição assim, amplia o entendimento não só das pessoas com deficiência visual, como também de pessoas com deficiência intelectual, com dislexia e pessoas idosas”. (MOTTA; 2010, p 68)

 

O ensino de história desenvolvido por meio das Novas Tecnologias Digitais na perspectiva da educação inclusiva demonstra-se como um desafio haja vista que muitos profissionais da área não possuem formação especifica sobre o ensino na perspectiva inclusiva, assim como sobre o uso das tecnologias digitais na educação. Faltam orientações metodológicas, exemplos específicos e meios de como desenvolver o ensino que contemple a todos como audiodescrição, que contribui não apenas para a inclusão mais principalmente para a aprendizagem de seus discentes não videntes e videntes. A educação de fato inclusiva é aquela que acolhe o aluno em sua diferença, vendo sua diferença como uma característica não incapacitante para seu potencial mas para que ela ocorra é necessário contar com profissionais capacitados em suas múltiplas vertebras. Ter profissionais da educação capacitados para a educação inclusiva talvez seja um dos maiores desafios educacionais do novo milênio.

 

Considerações finais

O desafio da educação inclusiva e emancipadora está para além do “chão da escola”, sobrevoa os muros institucionais de ensino e é preciso que a sociedade desenvolva um olhar sensível, humano para o diferente. A educação deve ser centrada na pessoa como postulou ROGERS (1985), pois ensinar é mais que transmitir conhecimento, é despertar a curiosidade, é instigar o desejo de ir além do conhecido. É contribuir para que o discente desenvolva a confiança em si mesmo e essa segurança permita com que ele alcance novos voos, ocupe novos espaços, ultrapasse limites impostos por ele ou pela sociedade que tende a condenar pessoas com deficiência com um olhar e ações capacitistas. A educação não deve ser centrada na falta. Muitos profissionais concentram suas observações nas dificuldades e nas deficiências e acreditamos que ensino para pessoas com deficiência visual no ensino fundamental II é inclusive facilitado pois o discente já está alfabetizado e provavelmente mais independente do que no estágio da educação infantil. Conforme Vygotsky (2011, p. 868):

 

“O importante é que a criança cega lê, assim como nós lemos, mas essa função cultural é garantida por um aparato psicofisiológico completamente diferente do nosso. [...] Dessa forma, o novo ponto de vista prescreve que se considere não apenas as características negativas da criança, não só suas faltas, mas também um retrato positivo de sua personalidade, o qual apresenta, antes de mais nada, um quadro dos complexos caminhos indiretos do desenvolvimento”.

 

No modo de ensino remoto com aulas desenvolvidas através de plataformas como Meet, Zoom, WhatsApp e outros meios digitais, dias letivos com carga horaria regular e aulas normais de 45-50 minutos provavelmente se apresentarão como cansativas e enfadonhas e por isso propomos amparar essa construção de aulas com base nos estudos de MORA (2013) que postula o desenvolvimento das atividades educacionais com um tempo menor e sempre inovadoras com uma diversidade de estratégias que prendam a atenção dos alunos a exemplo da audiodescrição que permite uma leitura e compreensão de imagens e vídeos. Recursos constantemente utilizados nas aulas de história.

 

A conciliação do ensino de história ou de qualquer  outra área do conhecimento com as mídias digitais no contexto educacional remoto ou não é frutífero apesar de muitos educadores possuírem dificuldades com as novas tecnologias, o que é extremamente aceito sendo estes em sua maioria  imigrantes digitais lidando com nativos digitais usando aqui os temos de Marc Prensky (2001) e por vezes estes desconhecerem as tecnologias assistivas como softwares e recursos básicos como a audiodescrição aqui elencada como estratégia de ensino a ser usada no ensino voltado para pessoas com deficiência visual.

 

 

Referências biográficas

Sebastiana Valéria dos Santos Moraes, mestranda no curso Mestrado Profissional em Ensino de História (ProfHistoria) pela Universidade Federal do Sul e Sudeste do Para- UNIFESSPA/Xinguara-PA

 

Referências bibliográficas

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______. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências< http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/dec3298.pdf> Acesso em: 20 fev. 2021.

 

______.IBGE. Censo Demográfico, 2010. Disponível em:< https://censo2010.ibge.gov.br/> . Acesso em 25 jan. 2021.

 

______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei número 9394, 20 de dezembro de 1996.

 

CARVALHO, R. E. Educação Inclusiva: com os Pingos nos “is”. Porto Alegre: Mediação, 2004.

 

DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais (1994). Salamanca: ONU

 

GLAT, Rosana; BLANCO, Leila Macedo Varela. Educação Especial no Contexto de uma Educação Inclusiva. In GLAT, Rosana (Org.). Educação Inclusiva: Cultura e cotidiano Escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009. 208 p.

 

LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Editora 34, 2000 

 

LUCCHESI, Anita. Digital History e Storiografia Digitale: estudo comparado sobre a Escrita da História no Tempo Presente (2001-2011). Rio de Janeiro, 2014. Dissertação (Mestrado em História Comparada) - Programa de Pós-graduação em História Comparada, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014.

 

MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: o que é? Por quê? Como fazer? 2. ed. São Paulo: Moderna, 2006.

 

MAYNARD, Dilton Cândido Santos. Escritos sobre história e internet. Rio de Janeiro: Luminária academia, 2011.

 

MENÁRGUEZ, Ana Torres. Francisco Mora: “É preciso acabar com o formato das aulas de 50 minutos”. El País, Madri, 22 de fev. de 2017. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2017/02/17/economia/1487331225_284546.html . Acesso em: 16 de fev. de 2021.

 

MOTTA, Lívia Maria Vilella de Mello (2010). A audiodescrição vai à ópera. In: MOTTA, Lívia Maria Vilella de Mello; ROMEU FILHO, Paulo (org). Audiodescrição – transformando imagens em Palavras. São Paulo: Secretaria dos Direitos das Pessoas com Deficiência do Estado de São Paulo.

 

ROGERS, Calrs R. “Liberdade de aprender em nossa década”Porto Alegre: Artes Médicas, 1985.

 

_____________. “Tornar-se pessoa”. Trad. Manuel J. C. Ferreira, 5 ed. São Paulo: Martins Fontes,1997.

 

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VIGOTSKI, Lev Semionovitch. A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da criança anormal. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 861-870, dez. 2011

11 comentários:

  1. Interessante a reflexão apresentada no texto, sinalizando uma proposta duplamente inclusiva: o acesso a recursos tecnológicos e uma didática voltada para atender alunos com deficiência visual. Gostaria de saber quais caminhos metodológicos que podem ser utilizados na audiodescrição para o ensino de História?

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    1. Obrigada pela leitura do texto, comentário e questionamento Thaís Vinhas. Bom, como sempre falo aos meus alunos: Não se explica aquilo que não se sabe. Então antes de tudo o professor precisa estudar sobre Audiodescrição. A AD exige estudo, pesquisas, experimentos e divulgação. Os relatos de experiência contribuem muito para que outros professores consigam ter uma base e assim possam planejar suas aulas e obter sucesso.
      Os livros didáticos de história possuem muitas imagens estáticas que complementam o aprendizado de determinado assunto, fato, acontecimento histórico. O professor que possui aluno com deficiência visual (cego ou com baixa visão) pode traduzir essas imagens descrevendo-as de forma sucinta, privilegiando os elementos principais do quadro, gráfico, mapas, charge, cartaz, meme... da mesma forma pode e deve ser feito sempre que exibir vídeos. As produções cinematográficas ou programas de TV já contam com AD. Na televisão brasileira, a audiodescrição é obrigatória desde 2011. No ato do planejamento o professor deve escolher o apoio didático que melhor contribuirá para o aprendizado de seus alunos e durante a audiodescrição ter cuidado com a entonação da voz, ritmo, ter cuidado com os elementos gráficos.
      A educação inclusiva não pode ser vista como utópica. Ela existe, acontece e as vezes é mais simples do que se pensa.

      Sebastiana Valéria dos Santos Moraes

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  2. Primeiramente gostaria de parabenizá-la pela proposta apresentada, achei o texto simplesmente genial e sua presença aqui de suma importância. A primeira vez que me deparei com a audiodescrição foi há aproximadamente um ou dois anos, quando alterando as opções de áudio enquanto assistia um desenho na tv a conheci. Achei aquilo mágico e fiquei emocionado de imaginar como que crianças com necessidades especiais, no campo da visão, poderiam melhor imergir no mundo dos desenhos animados, que foram parte tão importante da infância para mim.
    Bom, partindo para a aplicação mais na prática no campo educacional, umas duas semanas atrás numa aula de estágio onde deveríamos levaer, como forma de avaliação, uma apresentação sobre a aplicação de algum recurso midiático para uma aula de História, buscando tangir algum aspecto sensível ou abordar uma proposta diferenciada, uma colega apresentou uma aula norteada pela exibição e discussão de um filme sobre uma criança com necessidades especiais (salvo engano, autista), e após a explicação de como seria a aula, ela brilhantemente levantou uma interessante discussão acerca da educação para alunos com necessidades especias, e chegamos a conclusão de que atualmente, infelizmente ainda predomina a ideia de que esses alunos que tem de se adaptarem a aula em seu quadro normal, quando na verdade o mais coerente, democrático e humano seria que as aulas fossem adaptadas a eles.
    Tacei essa retrospectiva um pouco longa, mas para enfatizar a importância de propostas como esta que você apresentou aqui, que pensam de fato numa adaptação da aula para o aluno e não o contrário como infelizmente ainda vigora na maioria dos casos, e por isso mais uma vez gostaria de agradecer e parabenizá-la pela proposta.
    Por fim a questão que gostaria de deixar, é que, se possível, demonstrasse, como você aplicaria tal recurso (audiodescrição) na prática em uma aula de História.
    Atenciosamente.
    João Matheus Ramos

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    1. João Matheus Ramos, muito obrigada por seu relato de experiência e percepção humana acerca da educação inclusiva. É necessário vislumbrar, no processo de inclusão, a construção de uma sociedade mais acessível, tolerante e humanitária. Uma das formas de possibilitar a construção de espaços acessíveis é permitir aos sujeitos o acesso à informação, seja de maneira oral, escrita ou gesto-corporal. A Audiodescrição (AD) apresenta-se como uma possibilidade de permitir às pessoas, com limitação visual ou múltiplas deficiências, a frequentarem os mesmos espaços que os indivíduos sem necessidades especiais.

      Para o exemplo imagine uma sala regular de ensino com deficiente visual incluso. A aula de história está sendo transmitida pelo Meet ao vivo devido o contexto pandêmico que estamos vivendo. Nesse caso o aluno com deficiência visual acompanha aula como os demais alunos por um aparelho celular ou computador. No caso do aluno com deficiência visual o equipamento dele conta com um software que o auxilia nos comandos básicos. A aula será sobre a Independência do Brasil, o sete de setembro de 1822. A aula expositiva acontece normalmente, sempre que possível com uma riqueza de detalhes e como complemento de aprendizagem e apoio didático o professor colocou a análise da Obra O Grito do Ipiranga de Pedro Américo. Mas como fazer com que o aluno deficiente visual conheça a obra? "Veja" os elementos que fazem parte do quadro? A audiodescrição entra nesse momento. O professor
      ao passo que expõe a imagem, solicita que todos a observem para depois realizar uma conversa sobre a obra. Enquanto os alunos videntes executam a atividade o professor faz a audiodescrição da obra para que o aluno incluso esteja de fato participando da aula com a mesma qualidade que os demais. Para o quadro em questão veja um exemplo de uma transcrição da audiodescrição:

      Esse quadro foi feito por um artista chamado Pedro Américo e foi concluída em 1888.
      Ela representa Dom Pedro I e sua comitiva as margens do riacho do Ipiranga. A imagem direciona nossa atenção para o centro da tela onde encontra-se Dom Pedro I, que está montado em um cavalo. Ele está de botas pretas, calça branca, e camisa azul. Na cabeça ele tem um chapéu preto. Ele segura uma espada com sua mão direita e tem o braço levantado empunhando a espada. À sua frente tem a sua comitiva de aproximadamente dez homens, todos montados em cavalos e estão saudando Dom Pedro I acenando com chapéus e lenços. Do lado direito de Dom Pedro tem um outro grupo de pessoas. São soldados que estão posicionados formando um semicírculo, estão em movimentos acenando, empunhando espadas e outros arrancam de seus uniformes o símbolo da coroa portuguesa. Próximo a esse grupo tem uma pequena casa. Na lateral inferior esquerda um homem com roupas simples e rasgadas puxando um carro de boi, para e observa a cena. Perto deste homem tem um outro montado em um cavalo e também está observando a cena.

      O quadro possui muitos outros elementos, mas a audiodescrição deve privilegiar os pontos macros, ela precisa ser sucinta, focando no que é relevante para a compreensão da pessoa com deficiência visual.
      A inclusão deve ser fortalecida todos os dias.

      Sebastiana Valéria dos Santos Moraes.

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    2. Nossa Valéria, que bacana muito bom, nunca tinha parado para pensar nesse aspecto, na minha compreensão bastante limitada, que até o contato com seu texto, iluminante nesse sentido, nem havia pensado no emprego da AD no ambiente escolar, em parte por ser algo que conheci há não muito tempo também a AD como ecrevi no primeiro comentário, ao assistir um desenho com o recurso uns um ou dois anos atrás. Tipo quando eu li o seu texto ontem da primeira vez fiquei aqui achando que seria tipo empregado um vídeo por exemplo com AD para a turma inteira, mas tal situação ficou meio estranha na minha mente pois talvez fosse dificil encontrar um video especifico do conteudo esécífico com AD, por isso que te questionei buscando um esclarecimento nesse ponto. E tipo agora que você me explicou, tipo abriu meus olhos pra isso... Tipo é algo que só depende do professor que tenha na sala um aluno com necessidades especiais. Formalmente não existem impecílios tão grandes assim que possam gerar qualquer desculpa para uma não atuação do professor nesse sentido.

      Pelo menos pelo que percebi aqui, e por favor me corrija se eu estiver equivocado, mas tais exercícios de audiodescrição são bem simples, e sem sombra de dúvidas extremamente importantes nas situações em que se fazem necessários tendo em mente a presença de alunos especiais em sala de aula. Acredito que pode isso ser até um grande motivador para aqueles que se frustraram com o método tradicional infelizmente não inclusivo e os levaram a desenvolver uma barreira em relação ao ambiente escolar e ao aprendizado proporcionado por ele... Podendo a audiodescrição assim mostrar uma rompedora de muros e até mesmo um divisor de águas nesse sentido!!!

      Muito show de bola, acho que fui digitando aqui enquanto meio que ia imaginando, e por isso pode ter saído algo meio confuso rs, mas o que importa é que a proposta que você apresentou aqui é extremamente interessante e reitero de suma importância fazer-se presente aqui. Muito obrigado por brilhantemente responder meu comentário/questionamento e por me proporcionar tão interessante e importante reflexão!!! Sério, agradeço de coração!!!!!

      Um fortíssimo abraço mental!!
      Att. João Matheus Ramos

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  3. Bom dia,
    A pesquisa realizada será uma ótima contribuição, uma vez que, temos realmente certa dificuldade enquanto professores sobre a educação inclusiva. Nesse sentido, Meus parabéns! Gostaria de saber um pouco mais como sua pesquisa está atrelada a sua experiência em sala de aula?
    Atenciosamente
    Aline Barros dos Reis

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    1. Aline minha querida obrigada por prestigiar meu texto e trabalho. A pesquisa nasceu exatamente a partir de uma experiência em sala de aula. Era o ano de 2017 e me deparei com a chegada de um aluno com deficiência visual em uma de minhas turmas regulares de 7º ano e por mais que eu tenha na época buscado ajuda junto a equipe de apoio da instituição de ensino eu obtive míseros esclarecimentos e no geral diziam: Não se preocupa com ele. Só o fato dele estar presente já é inclusão. E eu me negava a aceitar isso e então fui buscar auxilio nos meios digitais e o pouco que aprendi e com o tempo diminuto devido aos outros 600 e poucos alunos que eu tinha na época, distribuídos nas 16 turmas que eu lecionava eu elabora atividades táteis, fazia uso da audiodescrição, gravava áudios explicativos para ele revisar em cada com uso do aparelho celular e ainda assim sei que fiz pouco. Mas sempre que pude me coloquei no lugar dele e tentei ser muito humana. Penso que minha pesquisa pode contribuir para que outros professores possam ter um auxilio mais consistente, mais esclarecedor do que eu tive na época.

      Sebastiana Valéria dos Santos Moraes

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  4. Quero parabenizar pela iniciativa em pesquisar um tema tão necessário para nós professores da educação básica, como Professora dos anos iniciais do ensino fundamental, sei o quanto é difícil trabalhar a inclusão por não termos formação específica, má estrutura das escolas, falta de suporte pedagógicos e muitos outros que nos deixam frustrados. Mas como bem lembras em seu texto não podemos deixar que as dificuldades sejam superiores as possibilidades, o que nos traz um grande alento é perceber o potencial de aprendizagem de nossos alunos portadores de deficiências seja ela (DV, DI,DA), ou qualquer outra deficiência que nossos aluno sejam portadores, o que nos motiva é ver cada avanço protagonizados pelas crianças, o que para muitos é invisível para os pais, os alunos e para nós professores desses alunos é uma vitória maravilhosa. Por isso quero agradecer pela contribuição grandiosa que sua pesquisa irá proporcionar a nós dos anos iniciais, pois o que pude observar é que essa metodologia poderá ser utilizada em todas as faixas etária e fase da educação. O que eu gostaria de saber é como você tem desenvolvido a inclusão em sua prática de sala de aula? Sua pesquisa partiu de sua experiência com alunos cegos em seu cotidiano escolar?

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    1. Candida Lisboa, muito obrigada por ter tirado um tempo de sua jornada para prestigiar o evento e em especial meu trabalho. A educação para a inclusão para a maioria dos profissionais da educação não é uma tarefa simples e em tempos de ensino remoto os desafios multiplicaram-se. Para alunos deficientes visuais de baixa visão costumo escolher fontes mais abertas e claras, letras maiores no ato de produzir as atividades que serão impressas e entregues aos responsáveis para eles fazerem em casa e as postadas via aplicativos recebem o mesmo cuidado. E apesar da minha pesquisa ter nascido a partir de uma experiência com um aluno deficiente visual total esse ano não tenho nenhum aluno com essa especificidade. Mas para os alunos com DV completa, a cegueira, indico a gravação de áudios explicativos, execução da audiodescrição de imagens, se possível o professor indicar filmes e vídeos que complementem a temática estuda, entre outros métodos.

      Sebastiana Valéria dos Santos Moraes.

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  5. Olá!!
    Parabéns pelo artigo, é um tema muito importante e as vezes desconhecido.

    Gostaria de saber como eu enquanto professor, posso estimular toda a equipe docente para a importância de usar a audiodescrição no ensino. Sabe-se que é uma atividade que desempenha esforço, dedicação e conhecimento, e isso pode desmotivar algumas pessoas, mais uma vez deixando questões de inclusão para depois. Nos cursos de licenciaturas, são realizadas disciplinas como: Tecnologias da informação e comunicação e ainda Educação Especial, mas nem em todos os casos (muitas Universidades e cursos estão realizando um ótimo trabalho) se faz das aulas a possibilidade de pensar em estratégias e reflexões para o ensino de história que atenda os múltiplos sujeitos do espaço escolar. Você acredita na necessidade de repensar nas grades de formação de diferentes licenciaturas? visto que há casos onde alunos/as são mais questionados/as se sabem usar a norma da ABNT do sentar e pensar em conjunto quais serão as estratégias e demandas necessárias para uma educação mais inclusiva, por exemplo. Não quero aqui invalidar a importância de saber as normas da ABNT, pois este olhar também é uma estratégia na pesquisa e no ensino, mas muitas vezes caímos em uma temática muito técnica, onde outras questões não são problematizadas.
    Agradeço. Marcos Antonio Leite Junior

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    1. Olá Marcos Antônio. Os desafios da educação para o novo milênio são múltiplos e entre eles eu costumo elencar, a escrita e a linguagem acessível para todos, o que falta em um numero considerável das produções acadêmicas rebuscadas e publicadas milimetricamente nas normas oficiais, além disso no geral os cursos de licenciatura, suas respectivas grades, professores e estudantes no que concerne a educação inclusiva ainda delegam ao curso de Pedagogia a responsabilidade quase que total de estudar, pesquisar, produzir e divulgar conhecimento sobre essa concepção de ensino. Então respondendo seu questionamento sobre a necessidade de repensar e até formular as grades de ensino...Sim! Acredito que seja necessário. Mas a necessidade principal é humanizar/sensibilizar os profissionais que estão sendo formados nas universidades. De nada adianta um grade curricular com Disciplinas concernentes à educação especial e inclusiva se não tiver pessoas sensíveis à causa, dispostos a vencer o desafio que é transformar a educação inclusiva como uma realidade normalizada em todas as instituições educacionais.

      Sebastiana Valéria dos Santos Moraes

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